Epílogo | Sem pressa de acabar

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"O amor não tem que ser uma história
Com princípio, meio e fim"

("Caça e caçador", Fábio Jr.)

Um mês depois

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Um mês depois...

Vendo-a passar sob o arco enfeitado com rosas, inspiro fundo e solto o ar pela boca. Havia aprimorado minhas técnicas de respiração ao longo do ano — para não sucumbir diante da mesma mulher que adentra a igreja com um sorriso angelical —, assim, me acalmo às custas de muito autocontrole.

Controlo-me para não estragar a cerimônia. Por mim, me aventuraria num sprint apenas para tirá-la dali e arrancar aquele vestido branco — que, como de costume, assemelha-se a uma obra de arte e não deixa muito para a imaginação.

Ah, Luciana... Ser discreta não é mesmo o seu forte.

Entrando ao lado de Hoffmann, seu pai postiço por ter atuado como nosso cupido, ofusca-o com seu brilho natural. Com seu corpo celeste e gingado envolvente, instiga o mundo a parar, deixando-a passar em sua plenitude de estrela.

Atrai olhares como se fosse o sol e nós, os planetas orbitando ao seu redor, hipnotizados pela sua beleza.

Desfila pelo tapete vermelho, com aquele andar malemolente da garota de Ipanema, e leva metade dos convidados a cair em tentação (como só ela poderia fazer).

Eles, sim, cobiçam a mulher do próximo. Boquiabertos, com olhares vidrados, sequer disfarçam o quanto se sentem atraídos. Mas, se dependesse daquela leoa, nunca a teriam.

Seus olhos, ao contrário dos demais, em momento algum se desviam dos meus. Fixados em mim, confessam seu afeto sem precisar de palavras.

À medida em que se aproximam, o sentimento se torna mais tangível, agradável e apaziguador. Quando o daddy, por fim, entrega a noiva, a vida parece correta.

— Boa sorte com os talaricos — deseja-me Hoffmann, com um abraço apertado e tapinhas nas costas.

— Vou precisar — comento, divertindo-me coma ideia de criar uma espécie de escudo contra os fura-olho.

Antes de ir embora, Otto a cumprimenta com seus dois beijinhos afetados de madame e cochicha algo.

— Cuida bem dele — intercede Hoffmann. — Senão serei eu quem vai ouvir as dores de cotovelo. — Dá uma piscadela e se afasta, confiando a Luciana a grande responsabilidade de não me magoar.

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