42 | Como você não quis...

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"Assim ela já vai
Achar um cara que lhe queira
Como você não quis fazer

Sim, eu sei que ela só vai
Achar alguém pra vida inteira
Como você não quis"

("Acima do sol", Skank)

— Chegou cedo — apontou Leandro, sarcástico, sentado no sofá, de pernas e braços cruzados

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— Chegou cedo — apontou Leandro, sarcástico, sentado no sofá, de pernas e braços cruzados.

— Tava na casa de uma amiga — disse, ignorando seu comentário pernicioso. — A festa acabou tarde e não quis voltar sozinha de madrugada.

— Desde quando você tem amigas? — inquiriu, insatisfeito com a justificativa eu inventara de última hora.

— Fiz amizades lá, bebi demais e não quis dirigir assim. Morro de medo de bater e tá tendo muita blitz — desenrolei. — Satisfeito?

Leandro, sorrindo com escárnio, veio até mim, encaixou seus dedos em minha mandíbula, apertou meu rosto e cuspiu suas ofensas.

— Sua puta mentirosa! — Seus olhos azuis, injetados de ódio, aterradores, caíram sobre mim. — Fazer caridade pros porteiros, sossegar o facho do meu filho abestalhado, satisfazer as fantasias do meu irmão imprestável..., eu não poderia ligar menos.

"Contanto que não passe dos limites, fique à vontade, distribua pra quem quiser. Agora, a porra do CEO de uma das famílias mais importantes do cenário nacional...? O fodido que desdenhou o meu banco? Você não tem vergonha nessa sua cara, não?!"

A vontade de escapar dele e me trancar no quarto borbulhava como nunca. Não fosse ele me segurando, mal-encarado, teria o feito.

Morávamos no mesmo apartamento, contudo, isso não significava que eu era obrigada a aturá-lo quando não desejava sua companhia.

— Quer saber o pior? — Atirou-me a pergunta retórica. — Eu tomei conhecimento disso virando piada entre os acionistas.

"Imagine o desgosto que eu senti quando jogaram na minha cara a matéria do blog de fofoca com minha mulher se pegando com desgraçado do Vacchiano."

Ensandecido, me deu as costas, andou pisando forte, parou ao lado da mesa de centro e tomou em suas mãos o vaso de cristal que estava sobre esta. Arremessou-o, possesso, estilhaçando-o ao atingir a parede.

— É disso que você gosta, né? De me envergonhar. Porque você sabe que sairá ilesa, zero consequências, e se aproveita da minha mansidão. O máximo que acontece é uma briga feia.

"Você sai chorando, louquinha pra dar pra um dos seus fuleiros e afogar as mágoas pagando pela bebedeira no crédito. Eu vou cuidar dos meus assuntos. No dia seguinte, voltamos ao normal.

"É assim que a gente se entende. É esse o nosso roteiro. Mas ultimamente você anda caprichando. Toda temperamental, cheia de si. Fora do padrão. Estragando a sua vida e a minha, por tabela.

Meu CEO PorteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora