31 | Refém

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"Uma paixão de contos literários
Você é a Julieta e eu, o seu Romeu
O amor proibido, em sigilo que faz bem"

("Refém", Dilsinho)

Luciana marcara nosso encontro para o Halloween, às 21 horas, no Risca Faca da orla

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Luciana marcara nosso encontro para o Halloween, às 21 horas, no Risca Faca da orla. Surpreendi-me pelo lugar público e movimentado. Uma surpresa agradável.

Apreciei o convite dela, de fato. Embora eu fosse marcar presença por lá de qualquer forma, ser convidado por alguém sem receber ameaças de cortar relações era reconfortante.

A minha intimação para dar as caras viera semanas atrás. Otto invadira minha sala na matriz, seguido por Jane, que viera correndo atrás dele tentando inculcar juízo na cabeça dele, só para comunicar o ultimato.

Ai de mim se eu não brotasse naquela boate! Hoffmann me encheria o saco até a morte caso eu faltasse outra de suas festas temáticas.

O Halloucura do Risca Faca era O Evento para ele — e a nata da sociedade concordava. Naqueles dias, dentro do nosso círculo de amigos, não havia outro assunto.

O grupo do zap lotara de mensagens sobre a festa, que se alternavam com os comentários sobre o vídeo vazado do Asimov.

O vazamento da suruba do sr. Igor Asimov — CEO e filho do fundador da Asimov Tecnologia, empresa especializada em segurança da informação —, em pleno ambiente de trabalho, originara a comoção do momento em tabloides

Também fora a razão de seus pais terem o chutado de casa. Não aguentaram o alvoroço, os pedidos de entrevista, a perseguição dos fotógrafos, a perda de privacidade. Além disso, desapontaram-se com o filho.

Como se o "teoria da Branca de Neve" jamais tivesse aprontado assim numa de suas tentativas de montar um harém... A diferença, agora, foi ele ter sido pego no ato e julgado por milhares (ou milhões) de pessoas.

Eu não esperava menos do Asimov. Nunca enganou ninguém. Nem sei por qual motivo davam tanta ligança e martelavam o assunto sem parar. Especialmente se tratando dos meus amigos e suas condutas duvidosas.

Rebanho de desocupados, pensara ao bater o olho nas centenas de notificações que por pouco não travaram meu celular. Nem sequer processava como conseguiam focar em celebrar naquele cenário, muito menos entendia o alvoroço.

Ao contrário deles, eu considerava um surto coletivo aquele caos de gente fantasiada comemorando feriado gringo. Talvez eu seja, como diria Dubois, um inimigo da diversão.

Ou não. Afinal, me fantasiei de bombeiro com a honrosa intenção de apagar o fogo de um certo alguém.

É preciso um pouco de humor para ficar postado no meio da área VIP no meu pique de bombeiro sexy: sem camisa, de capacete, vestindo uma calça bege customizada, cheia de manchas falsas de fuligem, com o toque sofisticado dos suspensórios vermelhos.

Meu CEO PorteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora