𝙲𝚊𝚙. 55 - 𝙵𝚊𝚖𝚒́𝚕𝚒𝚊...

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Pov. Robin

A manhã estava bela, com aquele cheiro de asfalto molhado e resquícios da chuva que tiverá ontem. A brisa gélida e fresca colidindo com meu rosto, me fazia lembrar o que era estar... Viva? É... talvez. O sol parecia querer sair detrás das nuvens, querendo dar as caras.

Dou um sorriso olhando para o céu. Pego o fósforo e jogo em cima dos corpos cobertos de álcool.

– Fez tudo isso sozinha? Deveria ter me chamado para ajudar. - Olho para o lado e vejo James. Ele pegou uma pá e logo começou a cavar as covas para jogarmos os corpos.

– Eu dava conta. Não tinha nada pra fazer mesmo. - Dei de ombros e olhei para o fogo, que agora se espalhava rapidamente pelos corpos cheirando a carne podre.

– Mesmo assim, não é bom ficar aqui do lado de fora sozinha, precisa ter pelo menos o Bryan com uma arma em cima daqueles muros. Falando nele, cadê ele??

– Não o vi. - Peguei a pá e comecei a ajudá-lo

– Não estava doente? Deve descansar.

– Já estou melhor.

– Está? Sua mãe disse que Nancy estava bem preocupada. Ela sabe que está aqui fora? - Mesmo estando melhor, Nancy com toda a certeza não me deixaria sair, muito menos fazer esforços.

– Sai pela manhã, ela estava dormindo.

– Quando ela acordar, estará bem encrencada, mocinha. - Continuou a cavar.

Cavamos algumas covas e assim que os corpos foram queimados, os jogamos nas covas. James estava estranho, inquieto, nervoso, ficou o tempo todo em silêncio, o que não é normal já que ele é bem tagarela.

– Algum problema? - Questiono quando demos uma pausa para descansar e beber um pouco de água.

Ele olha para mim, engolindo em seco e brincando nervosamente com os próprios dedos.

– James. - Suspirou

– Acho melhor parar com as transmissões. Não é que eu não queira ajudar os sobreviventes, não podemos arriscar. Depois do que aconteceu com o grupo da sua mãe, andei pensando e... se continuar com isso, poderia atrair pessoas más pra cá, e Deus sabe lá o que elas seriam capazes.

– Não discordo. As pessoas não são mais as mesmas, nada mais importa a não ser elas mesmas. Claro, tenho certeza que ainda existe pessoas boas nesse fim de mundo, mas acho melhor não ficar arriscando.

– Certo. - Respirou fundo tirando algo do bolso e me entregando.

– Ainda vou descobrir onde você arruma isso. - Sorrio pegando o chocolate

– Robin! - Dou um pulo pelo grito, me escondendo atrás de James ao escutar aquela voz

Olhei para os portões um pouco distante e pude ver, mesmo pela distância podia ver nitidamente sua irritação transbordando em seu rosto. Ela se aproximava batendo os pés e a cada passo que dava ao se aproximar, podia sentir minha alma saindo do corpo.

– Eu falei que estaria encrencada. - James riu, e riu mais ainda assim que acertei um tapa em seu braço

– Criatura! Que porra você está fazendo aqui?!

– Bom dia pra você também, princesa que eu amo tanto. - Sua expressão mudou quase que de imediato, nascendo um sorriso em seus lábios.

Me safei~

– Céus... Robin. Eu pedi para ficar na cama e não fazer esforços. - Me abraçou forte e sorri retribuindo

– Eu já estou ótima. - Passou as costas da mão em minha testa e suspirou aliviada - Viu? Aquele chá da morte funcionou.

Sobreviva Ou Morra (Ronancy) G!p Onde histórias criam vida. Descubra agora