𝙲𝚊𝚙. 52 - 𝙳𝚊𝚗𝚘 𝚌𝚘𝚕𝚊𝚝𝚎𝚛𝚊𝚕

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Pov. Robin

Guardo o walkie-talkie na mochila e me aproximo do pessoal. Tinha vários zumbis em volta do prédio, inclusive na porta principal onde teríamos que entrar.

– E agora? - Bryan sussurrou para James que parou um pouco, respirando fundo e parecia pensar em algo.

– Derrubamos eles e entramos, simples. - Um homem do grupo fala como se fosse óbvio.

– Não é tão simples assim. - James disse.

Tirei algo da mochila, uma granada que havíamos pego naquele lugar a dias atrás, Zona de guerra.

– O que vai fazer com isso?? - Bryan me olhou com os olhos arregalados e o mesmo fizeram os outros.

– Uma pequena distração. - Falei como se fosse a coisa mais normal do mundo. Max e eu já fizemos isso antes, mas foi com um lança granadas.

– "Pequena"? Tem certeza? - Sorri fazendo sinal para que eles se abaixassem no carro em que estávamos ao lado.

Removi o pino de segurança e joguei a granada o mais longe que pude em um campo aberto, me abaixando rapidamente e tampando os ouvidos. Quando o barulho da explosão se fez presente, levando junto alguns zumbis que estavam próximos e foram explodidos no meio da explosão, levantamos e vimos que os zumbis que estavam na entrada, já não estavam mais ali.

Corremos até a entrada e entramos rapidamente, fechando a porta logo em seguida ao ver uma horda de zumbis se formando aonde havia sido a explosão. O prédio era bem iluminado pelas luzes no teto, então não precisamos das lanternas. Tinha alguns zumbis dentro do prédio, mas nada que não podemos lidar. Fomos subindo andar por andar, matando cada morto-vivo que encontrávamos. Como estávamos em maior número, estava sendo fácil.

Quando chegamos no terraço, a porta estava realmente trancada com uma corrente pro lado de dentro. James pegou um pé-de-cabra e podemos ouvir algumas pessoas do outro lado da porta. Ele estourou o cadeado e abriu a porta, meus olhos vagaram por aquelas pessoas, mas parou em uma em específico. Pude sentir meu coração bater muito rápido, parecia que pularia de meu peito a qualquer minuto.

Soltei o arco no chão e travei, congelei ao ver aquela pessoa depois de tanto tempo. Ela olhou para mim e quase não consegui sustentar meu peso em minhas pernas, sentia que poderia cair a qualquer momento.

– Pequeno passarinho... - Sorriu fraco com os olhos cheios de lágrimas. Se passou tanto tempo, mas o rosto dela não mudou nada e aquele maldito rosto tinha ficado gravado em minha mente desde que ela me abandonou, desde que foi embora.

Olhei para James confusa com a situação, ele sorriu dizendo que estava tudo bem. Fechei os olhos e me virei, sentando no degrau das escadas daquele prédio.

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Pov. Nancy

Não obtive mais resposta de Robin. Acho que vou ter um treco a qualquer momento. Segurei o pingente do colar e fechei os olhos respirando fundo.

– Ei. - Olhei para baixo. - Nancy, não é? - Assenti.

Se não me engano, esse homem é o mesmo que anda com Robin e aquela garota pra cima e pra baixo.

– Eu sou Dylan, amigo da Robin. - Acenei com a cabeça o cumprimentando, mas sem tirar os olhos da estrada. - Se quiser pode ir descansar, eu fico de vigia.

– Não. - Respondi ainda sem olhá-lo

– Ok, ok. - Olhei para ele e o vi ir até o portão, se escorou ali e tirou um cigarro do bolso.

Dei um pulo assim que vi o farol de um carro aparecer e se aproximar rapidamente. O homem abriu o portão e o carro entrou.

Assim que o carro parou, o portão foi fechado e pude ver Robin sair do veículo irritada, caminhando rapidamente para a casa deles. Vi uma mulher loira descer do carro e ir atrás dela, segurando seu pulso, mas ela se soltou bruscamente e praticamente correu para a casa deles. Desci rapidamente dos muros e passei pela mulher, tentando entender o que havia acontecido.

Ela me olhou e... uai que porra é essa?! Ela parece uma cópia mais velha da Robin. Franzi as sobrancelhas e caminhei até a casa sem tirar os olhos da mulher que abraçou James enquanto chorava em seus braços. Entrei rapidamente na casa, vendo Robin sentada no sofá passando um pano em sua boca.

Me aproximei pegando o pano de sua mão, notando um pequeno corte no seu lábio inferior. Fui até a cozinha, peguei um gelo, enrolando-o no pano e voltando para a sala. Sentei em seu colo e pressionei o pano em sua boca, vendo uma lágrima solitária cair de seu olho esquerdo, qual eu limpei gentilmente com o polegar. Ela abraçou fortemente minha cintura, escondendo o rosto em meu pescoço.

Deixei o gelo de lado e acaricie seus cabelos, ouvindo um longo suspiro ser solto por ela.

– Você disse sem nenhum arranhão. - Murmurei tentando animá-la.

– Isso foi apenas um dano colateral. Cheguei inteira como o prometido. - Sussurrou passando o nariz pelo meu pescoço.

– Quer conversar sobre o porquê tem um clone seu lá fora? - Ela negou.

– Depois. - Sussurrou e eu assenti em concordância. - Deveria estar dormindo.

– Sabendo que minha namorada estava lá fora com aquelas criaturas? Nem a pau. - Ela olhou para mim com suas lindas órbitas azuis fixas nas minhas.

– Eu te amo. - Soltou do nada me pegando desprevenida. Ok, estava surtando internamente com essa confissão, não estava esperando por isso. Senti minhas bochechas queimarem e um enorme sorriso surgiu em meus lábios. Meu coracão? Coitado, nem falo como está agora. - Você ficou verm-

Nem esperei ela falar, apenas a beijei como se minha vida dependesse daquele beijo. Uma felicidade enorme aqueceu meu coração e eu a abracei forte assim que terminamos o beijo pela falta de ar.

– Eu também te amo! Muito, muito mesmo. 

Sorrimos uma para a outra e pude jurar que vi seus olhos brilharem de uma forma incrivelmente linda. Senti algo lá embaixo dar sinal de vida e arqueei uma sobrancelha vendo-a ficar sem jeito.

– Filho da puta, sempre tão inconveniente. - Ri e ela enterrou novamente o rosto em meu pescoço. - Ignore ele. Seu pai parecia bem mais irritado que o normal mais cedo. Está tudo bem?

– Ele sabe sobre nós. - Me olhou novamente, com as sobrancelhas levantadas. - Ele fez algumas perguntas e tive que falar a verdade.

– E você está bem?

– Sim. Não voltei pra casa desde então, quero evitar brigas. Posso dormir aqui?

– Sempre bem vinda. - Selei novamente nossos lábios, mas paramos assim que ouvimos passos na escada. Olhamos e vimos Max coçando os olhos e vindo até nós. Sai de cima da Robin; ela se levantou, porém, sorriu assim que viu um sorriso enorme brotar no rosto da ruiva. Max pulou, literalmente, abraçando Robin com força.

– Que bom que está bem. - Suspirou aliviada assim que Robin acariciou seus cabelos.

Eu acho linda a amizade delas, tratam uma a outra como se fossem irmãs.

...

Conversamos sobre algumas coisas e Max se acalmou um pouco. Estava quase amanhecendo, o sono já estava batendo na porta e Max já havia capotado no sofá. Robin levou ela até o quarto e eu subi para o seu, tirei meus sapatos e deitei na cama suspirando ao sentir aquele colchão macio em minhas costas. A loira entrou no banheiro e escutei o som do chuveiro.

Em alguns minutos, ela já estava de banho tomado e deitou-se ao meu lado me abraçando firmemente com o rosto escondido em meu pescoço.
Ela parecia um pouco inquieta desde que chegou, deve ser alguma coisa relacionada com aquela mulher, mas decidi não perguntar nada agora. Comecei um cafuné em seus cabelos, deixando um beijo em sua testa.

Sua respiração ficou serena e seus braços se afrouxarem em minha cintura, as carícias que ela estava fazendo ali também pararam, presumi que já havia pego no sono. Fechei os olhos, continuando o cafuné até que o sono me consumiu.

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