Vivência [M]

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Lobão 🐺

Papo reto, eu já tava putão no bagulho. Tava de marolinha, numa boa com a Bruna pro cara vir nessa esquentação do caralho? Maluco empatou minha foda e só aumentou o meu ódio, caô dele ia ser rendido então.

-Qualé patrão, o cara já matou três menor ali por esse lance. -Falou e eu neguei com a cabeça enquanto recarregava a arma.

Lobão : Se o problema dele é comigo, manda vir, ta de tiração caralho? Fazendo pra chamar atenção?

-Papo que chegou é que ele foi perguntar sobre você, querer saber onde é que tava, os moleque não deram a resposta e ele meteu bala.

Lobão : Quero todo mundo rondando atrás dele pra me passar a localização exata. -Ele concordou, saindo da salinha e eu respirei fundo. -Vou por cima, maluco ta tentando me fazer de palhaço já.

Marolei no ódio, matar os menor a preço de nada? Por que se sentiu atingindo? Ah, vai pra porra caralho.

Peguei o radinho e subi em cima da minha moto, quatro da madrugada e esses cara descendo bala no meu morro. Dei a volta pela viela e senti que atingiram o pneu da moto, desci empurrando ela ali e tirei a glock da cintura, descarreguei e fui pra trás de um muro, andando no sapatinho.

Olhei de relance, pra achar uma mira e quando eu notei um vulto em cima de uma laje, desci bala. Quem quer que seja, reagiu e fez o mesmo. Fiquei um tempo ali, até o barulho cessar. Muro onde eu estava, todo furado.

Me afastei, pronto pra atirar e palmeei os lados do beco, vi uns caras meu e dei o sinal pra subirem no sapatinho, sem muito alarde.

Contenção falhou e a bala comeu solta, foi direto na minha panturrilha e eu cai, sentindo a dor vir com força. Tentei olhar pro lado, pra ver qualquer parada mas foi impossível, tava encurralado entre a escadaria e a parede.

Nunes : Tem dois dos meus com ele na mira, tão entendendo? Quem meter marra, vai sair no prejuízo, tão entendendo? -Ele falou alto e eu neguei com a cabeça, soltando o ar de riso.

Vi a sombra dele por cima de mim, com a arma destravada. Morador estavam todos na janela, olhando a cena e muita gente voltando do baile. Minha perna tava sangrando pra caralho e a bala tava alojada.

Meus caras estavam com ele na mira, porém todos com receio, principalmente por ele estar próximo de mim, com a glock na direção da minha cabeça. Ouvi barulho de moto e mordi minha boca pra conter a dor. Fechei meus olhos e na merma hora que eu abri vi um par de salto preto, balancei a cabeça em negação e subi o olhar pra loira, que descia da nave com o capacete na mão.

Bruna : Meu Deus, bofe! Eu percebi que você tinha o ego ferido, mas porra, não acreditei que seria nesse nível. -Falou, colocando a mão na cintura. -Como é que a gente vai resolver essa questão toda, hein?

Nunes : Você não sabe com quem ta se metendo, né não? -Perguntou em deboche mas sem olhar pra ela, permaneceu comigo na mira, mantendo as mãos firmes.

Bruna : Engraçado que é a terceira vez que você me fala isso, e até agora não foi capaz de me provar quem é, né? -Falou se aproximando e eu encarei ela. Neguei, indicando pra ela parar, que me ignorou.

Continuou no passo firme dela, até parar do lado dele. Soltou um suspiro e relaxou a postura, revirando os olhos.

Bruna : Já entendi que vamos precisar resolver da minha forma então, né? -Questionou, próximo ao ouvido dele. -Não é homem o suficiente pra lidar com a porra de um não? Seu frouxo do caralho.

Maluco levou o abuso dela pra ideia, subiu na mente e quando eu me dei conta mão dele já tava puxando o cabelo dela por baixo da nuca.

Bruna : Pode puxar a vontade, é natural. -Murmurou. -Ta é fazendo propaganda pro meu salão, mostrando que meus tratamentos são os melhores que tem.

Levantei meu busto e arranquei minha arma, que ficou por baixo quando eu cai, puxei o gatilho e antes de qualquer reação puxei e acertei na barriga dele, que caiu no chão.

Ele ia puxar a peça dele com a mão, mas ela pisou por cima, puxando com o pé e agachando pra pegar.

Bruna : Leva ele. -Falou com o Rezende, apontando pra mim. -Aqui eu resolvo. -Ela manteve a arma direcionada na direção do Nunes, pelos caras dele, né.

Rezende : Ta de caô?

Bruna : Ele ta vivo e eu não me importo de ficar aqui até amanhã. -Agachou na frente do Nunes. -Ta doendo muito, a barriga? -Perguntou e ele concordou, tossindo. -Hm, que pena.

Nunes : Eu preciso de...

Bruna : Você vai dar ordem, para os seus homens abaixarem as armas, entendeu? Ai sim, a gente pensa na possibilidade de te dar uma chance, ta certo? -Ele ficou calado. -Em Nunes, você quer um médico ou não?

Nunes : Libera o beco, caralho. -Falou o mais alto que conseguiu e a Bruna saiu da frente.

Os caras dele guardaram as armas e os meus também. Dei ordem para levarem ele, já sabendo que depois ele ia pro desenrolo. Continuei na dor, quase perdendo a consciência e fui direto pro posto.