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+ 50Lobão 🐺
Virei o copo sentindo o líquido gelado da cerveja descer e estiquei minha perna, apoiando mais o meu peso na moto. Foguinho atravessou a rua, falando com os cara e parou na minha frente, estendendo a mão.
Encarei ele durante um tempo, mas troquei o copo de mão, pra pegar na dele, só acenando com a cabeça.
Lobão : Fez as parada do galpão? -Perguntei me referindo ao estoque de cocaína e ele confirmou. -Rápido, né?
Foguinho : Tava suave! Deixei tudo no esquema, se quiser conferir depois. -Respondeu, mas nem rendi o assunto, ele pegou assunto com os cara e eu fiquei na minha.
RN : E ai, trocou a ideia com a loirão? -Encheu o copo pra ele, suspendendo o braço pra entregar. Tirei o cigarro da boca e soltei a fumaça, direcionando o olhar a ele.
Foguinho : O de sempre né, ela é minha parceira. -Passou a mão na coxa. -Falou que hoje vai sair com as mina do salão.
RN : Hm, boto fé! -Murmurou baixo. -Mas é isso ai mermo, com ela tem que ser tudo na calma.
Lobão : Ou não, né! -Falei. -Talvez o problema esteja ai. Muda um pouco, quem sabe...
Ele só me olhou, sem nenhuma palavra, acenou com a cabeça e eu umideci minha boca e apaguei o cigarro, tomei o restante da bebida em um gole só e joguei tudo em uma caixa ali.
Lobão : Vou pegar meu caminho, fé ai pra vocês. -Afirmei, tirando a nota do bolso pra deixar com os cara.
K3 : Chegou agora, vai por que? -Indagou e eu neguei com a cabeça. Subi na moto e liguei, apoiando os pés.
Lobão : Tenho umas fita ai pra resolver, a noite vou precisar de uns cara, dou o toque pra vocês. -Não esperei ninguém falar nada e dei partida.
Vi a Bruna dentro do salão, e ela me olhou, mas foi a merma coisa que nada, não acenei e ela também não. Peguei meu caminho e estacionei na porta de casa.
Entrei, passando a mão no cabelo e vi a Laura na cozinha, bebendo água. Deixei o capacete ali e tirei a carteira do bolso, deixando tudo na instante.
Laura : Não me enxerga? -Perguntou entrando na minha frente, colocando as mãos na cintura e eu soltei uma risada, passando minha corrente pra fora da blusa.
Lobão : Deveria? -Tirei a blusa, jogando no ombro, enquanto ia na direção da geladeira. Abri e peguei a garrafa de água, colocando no copo.
Laura : Porra Lobão, para de me tratar assim! Com indiferença, me perdoa por ter vacilado, que isso.
Lobão : Tô te tratando da forma que você gosta de ser tratada, nunca te cobrei pedido de perdão e não vai ser agora. Quer que eu mude o meu jeito com você? Jae pô, se esforça ai e muda também, quem sabe assim. -Falei tranquilo, enquanto bebia e os olhos dela encheram de lágrimas.
Laura : Eu preciso me humilhar, pra ter você de volta ao meu lado? Eu não tenho ninguém, Lobão. Todo mundo saiu da minha vida, você prometeu que sempre estaria comigo e... -Soluçou, em meio ao choro e eu deslizei o copo pela pia.
Lobão : Laura, não sei se você sabe, mas tudo que a gente planta nessa vida, a gente colhe. Ta sozinha pelas suas atitudes, se eu te trato dessa forma, é porque você fez por merecer. Em nenhum momento deixei de estar com você, se afastou porque quis.
Laura : A gente ta assim desde a confusão com a Bruna...
Lobão : Nossa, parabéns! Você sabe onde surgiu o problema e não faz nada pra resolver. -Ironizei, batendo palma. -Bacana, pô. Ah, papo reto. Vai se fuder, muita pica pra eu resolver.
Estressei no bagulho, papo reto. Fica de papinho, lorota. Resolver meus problemas ninguém quer. Ah, vai tomar no cu. Se fode nessa porra também.
Sai de casa de novo e peguei a moto, ajeitei a glock na cintura e dei o toque pra boca! Entrei, indo direto pra minha sala e carreguei a arma, liguei o rádio e mandei recado pros cara.
Lobão : Manda descer pra casinha os moleque dos beco, todo mundo la em quinze, tô peando pra la já.
K3 : Pediu reunião pra que? -Entrou na sala, depois de maior tempo que eu mandei recado e eu neguei, levantando.
Lobão : Assunto meu. Deixa que eu resolvo, ta de fora, não te chamei! -Levantei e passei por ele, descendo enquanto olhava o celular.
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Vivência [M]
FanfictionExige sacrifício, não é só fazer oração Ela me deu o bote porque sabe que eu não sei nadar Eu desci o rio, agora ficou longe pra voltar Tem sangue frio, espera a corrente levar Quanto mais puxa, menos dá pra respirar