•81•

12.9K 1.1K 222
                                    

maratona 2/3
+ 75
Bruna 🎡

Meu Lobinho foi resolver as coisas dela e eu fui no mercado comprar alguns docinhos, no caminho pro salão eu passei próximo ao a salinha onde as gêmeas estavam e vi o Kaue conversando com um dos meninos da segurança.

Ele olhou para os lados antes de entrar, mas não me viu. Dei a volta por trás e tentei colocar o meu ouvido próximo a uma das portas de madeiras pra escutar. No início tava bem baixo, mas depois eles aumentaram o tom da conversa.

Poliana : Eu não quero saber, Kaue! Acontece que eu não vou ficar aqui segurando essa bucha pra você, tá entendo?

K3 : Poliana...

Poliana : Poliana o caralho! Se você não arrumar um jeito de tirar eu e a minha irmã daqui, eu conto tudo, tá entendendo? Desde o Natal..Natal...falo tudo o que você fez, e nem pensa em querer me matar, até porque eu estou carregando o seu filho e tem mais gente sabendo dessa história, se eu sumir, a sua casa cai...

K3 : E só eu tô no erro por acaso? Se manca, garota! Aqui é uma via de mão dupla, se não fosse pelo filho que eu coloquei em você, já estaria morta. Eu te mantenho viva, até conseguir um plano de fuga pra tirar vocês daqui. E enquanto eu bolo essa parada, você fica de boca fechada.

Ele se afastou dela, como se estivesse vindo na direção que eu estava e eu arregalei os olhos, sai correndo e peguei caminho pro salão, tendo a certeza que ele não havia me visto.

Liguei pro Lobão várias vezes, mas provavelmente ele estava na estrada e não atendeu. Trabalhei o dia todo encucada, com o que eu havia escutado na mente.

Final do dia o meu celular tocou, eram quase oito e eu atendi, mesmo não reconhecendo o número. Coloquei no ouvido e escutei um chiado, seguido de uma voz.

Bruna : Alô. -Murmurei e a outra pessoa respondeu. -Sim, sou eu, quem fala? -Questionei, terminando de passar a prancha em um cabelo. -Oi? Como assim? -Larguei a chapa, colocando a mão sob o meu peito, sentindo uma pontada aguda e continuei escutando a outra pessoa pela linha telefônica.

Dani : Bruna, Bruna... -Puxou o meu braço e eu sentei na outra cadeira que estava disponível. -O que aconteceu?

Bruna : Finaliza pra mim, Dani! -Minha voz saiu falha e eu peguei a minha bolsa desnorteada, saindo do salão as pressas.

Peguei o meu carro e segui caminho pela avenida principal, um cara me ligou, dizendo que o Lobão havia sofrido um acidente na volta pra cá, algo sobre ele estar no hospital.

Me passou a localização por mensagem e eu nem me dei conta quando cheguei, me aproximei da bancada, pedindo informação para a recepcionista.

-Você que é a Bruna? -Um homem com o braço tatuado parou do meu lado e eu confirmei. -Chega aqui.

Ele me puxou pra um canto afastado do corredor e eu franzi o meu cenho, perguntei quem ele era e onde o Lobão estava.

-Eu não entendi muito bem, pô, estranhei que ele não chegou pra reunião, porque ele tinha dado o papo que já havia saído do morro.

Bruna : É. -Passei a mão sob a minha testa, botam o meu coração angustiado. -Mas cadê ele? E o que aconteceu?

-Tá em cirurgia. -Eu engoli em seco, sem acreditar. -O médico disse que é parada séria, mas reversível, o problema maior tá em uma fatura na perna.

Bruna : Mas meu Deus...ele saiu de casa tão bem! -Sentei em uma das cadeiras, e ele fez o mesmo, ao meu lado.

-Fica tranquila, vai ficar tudo suave, parceiro é forte. -Passou a mão no rosto e eu apoiei a minha cabeça na parede.

Estavam chegando algumas ligações da Dani, mas eu não aceitei nenhuma, até porquê não queria espalhar a notícia e não estava no clima pra conversar.

O Pierre andava de um lado para o outro, e conseguia me deixar ainda mais nervosa, tirava o celular do bolso, conversava com alguém e guardava de novo.

Pierre : Tô numa fome do cão, vou ir na lanchonete, quer alguma parada pra comer? -Eu neguei. -Saco vazio não para em pé não mina, vou trazer qual lance e depois você vai descansar um pouco a mente.

Eu nem falei mais nada e ele saiu da minha visão, já eram quase quatro da manhã e zero notícias. Pierre comprou um sanduíche de frango e eu engoli um pedaço. Um médico passou no corredor e eu aproveitei para pedir informação.

-O quadro ainda é instável, preciso que a senhora tenha paciência para aguardar as informações, estamos fazendo o possível!

Bruna : Então não fica fazendo o corredor de desfile. -Falei e o Pierre soltou uma risada, bufei estressada e sentei outra vez, cruzando as minhas pernas.

Pierre : Você não quer descansar um pouco, garota? Se quiser eu arrumo qualquer canto ai e você encosta.

Bruna : Tô bem aqui. -Respondi e a madrugada passou em uma lentidão. O dia amanheceu e o médico voltou.

-A cirurgia ocorreu da melhor maneira possível, apesar de todas as questões, vamos aguardar ele sair da anestesia e realizar alguns outros exames, a visita infelizmente só será liberada na parte da tarde.

Apesar de tudo, o meu coração acalmou, conseguiu respirar melhor e só soube agradecer a Deus.

Pierre : Agora você vai aceitar ir descansar um pouco? Comer alguma coisa e voltar mais tarde? -Eu aceitei e nós fomos em direção a uma casa, haviam outras pessoas e todos me comprometeram de forma educada.

Ele me deixou no meu canto e me emprestou o carregador para o celular, dormi um pouco, mas não era um sono pesado, muito pelo contrário!

Vivência [M] Onde histórias criam vida. Descubra agora