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Lobão 🐺

Estacionei na porta da casa dela e dei dois toques na buzina, garota tinha sumido do whats depois que eu mandei o papo que ia vir buscar ela.

Passou maior tempo e nada, tava quase metendo o pé quando ela abriu o portão, procurou e atravessou a rua, vindo na direção do carro. Ela estava com um vestido vermelho e uma bolsa prata na mão.

Destravei a porta e ela abriu, entrou e fechou, fazendo com que o cheiro do perfume dela ocupasse o carro.

Bruna : Eu não iria vir, mas decidi fazer essa caridade por você. -Falou me olhando e eu perdi maior tempo encarando ela.

Lobão : Deixa de lorota, veio porque quis. -Respondi rodando a chave e ela fez a cara de sempre pra mim, no abuso dela.

Bruna : Você não me deu oportunidade de falar não, fiquei com dó. -Rebateu jogando o cabelo pro outro lado, deixando a tatuagem do pescoço dela a mostra.

Lobão : Conheço teu gênio, loira. Se realmente quisesse negar, não viria. Não te dei outra opção mas você também não se esforçou pra contestar. -Troquei a marcha, descendo o morro e ela ficou calada, apoiando o rosto na mão.

Cruzou as pernas e eu reparei a postura dela, olhando pelos retrovisores e janela. Se inclinou um pouco e eu ri, deixei uma mão só no volante e a outra eu deixei na coxa dela, por cima da parte sem pano, passando só as pontas dos dedos.

Bruna : Por que esses carros atrás? Você não disse que não teria ninguém do morro? -Perguntou e eu ri, prestando atenção no trânsito, girando o controle de leve.

Lobão : Não é gente do morro, fica suave. -Murmurei baixo. -Ninguém te conhece...só pela fama, mas qual o problema? De sair comigo assim?

Bruna : Você mesmo já respondeu, você é o problema. Estar com você, ser vista com você. -Falou na maior marra, mas com convicção e eu deixei uma risada escapar, ela recuou e encostou as costas no acento outra vez.

Lobão : Não quer ser vista comigo, mas não deixa de me ver, qual foi? -Questionei, enquanto apertava a coxa dela, que deu de ombros, olhando pela janela.

Bruna : Também tô tentando entender. -Falou depois de um tempo e nós fomos calados até o local. Assim que eu estacionei, os caras que fazem a escolta desceram primeiro e eu esperei, até o lugar ser palmeado.

Destravei o carro e assim que eu abri a porta ela desceu também. Ajeitei a roupa no corpo e peguei a arma no fundo do carro, colocando na cintura. Travei com o alarme e dei a volta, Bruna tava de costas, com a mão na cintura e eu fitei o corpo dela, passei a mão pelo rosto, negando com a cabeça e ela logo jogou o cabelo pra trás, cobrindo as costas.

Me aproximei e parei a alguns centímetros dela, que só percebeu quando eu puxei o seu rosto pelo queixo, encaixando minha boca diretamente no ouvido. Mordi o lóbulo da orelha e depositei minha mão na cintura dela, apertando de leve.

Lobão : Ta linda, assim! -Murmurei, pressionando o queixo dela com a mão, descendo meus dedos pela garganta. -Gostosa. -Passei o cabelo dela pro outro lado e beijei a volta do ombro, voltando com os fios loiros pro lugar.

Bruna : Vamo vê se você faz por merecer, né. -Murmurou, virando de frente pra mim e quase colou os nossos lábios, esboçando um sorriso.

Ela só se afastou, me encarando com um sorriso de lado e eu pisquei pra ela. Acenei pros caras e eles foram na frente. Passei minha mão pela cintura dela, que trocou a bolsa de mão.

Seguimos direto pra sala de reunião, os seguranças foram liberando a passagem e a Bruna permaneceu na dela, andando de cabeça em pé, sem olhar pros cara.

As mulheres ali repararam nela, que jogou o cabelo, parando do meu lado assim que eu parei de andar. Os cara vieram falar comigo e eu apertei a mão deles.

-Fala, meu padrinho. -Coroa apertou minha mão e eu retribui, pegando o copo de whiskey da mão dele.

Lobão : Tudo tranquilo? -Perguntei e ele concordou, olhou pra Bruna, pra cumprimentar e eu desci minha mão pela cintura dela, pra puxar pra mais perto de mim. Apresentei ela pros cara, que só sorriu, da forma antipática dela.

Um dos garçons passou com a bandeja e ela pegou um copo de red label, comecei a trocar ideia com os cara, de parada da vida mesmo e quando dava ela entrava no assunto, mas na maior parte das vezes ela só observava.

-Chefia deu o aval pra iniciar a reunião. -Um dos cara parou do nosso lado e eu confirmei com a cabeça, junto com os outros. -Na sala de sempre, ela pode ficar ai, com as outras. -Se referiu a Bruna, que o encarou, soltando a respiração de leve.

Lobão : Ela vai entrar comigo. -Afirmei e ele apoiou a cabeça pro lado.

-Você sabe das normas, pô! Assim não dá. Deixa ela ai, não vai ficar sozinha, tem segurança e as outras ai pra fazer companhia.

Lobão : Jae pô, mas ela não é as outras. Eu resolvo com o mano la, mas ela entra comigo. -Falei e ele ficou quieto, deu as costas e a gente foi entrando.

Na sala era uma mesa só, com dez acentos, puxei a cadeira pra Bruna e ela sentou. Peguei a do lado e demorou um tempo ainda, pro Chefia entrar e vir cumprimentar um por um.

Ele só olhou ela, cumprimentando com um aperto de mão sem falar nada e o mesmo comigo, começando um assunto, não contestou a presença dela ali e eu fiquei suave também, até porque ele sabe que eu não iria arriscar a missão.

Bruna : De onde é essa gente? -Perguntou me olhando e eu ri da feição dela.

Lobão : Do Brasil todo pô, representantes das facções, cada um tem sua parte, duas vezes no ano a gente se encontra pra resolver, trocar ideia e deixar o chefe supremo a parte da situação. -Expliquei e ela só concordou. -Ta de boa? Se quiser sair, me avisa.

Bruna : Melhor aqui do que com aquelas mona, de mega barato e feias. -Respondeu e eu ri, olhando pra ela, que permaneceu séria. Mas foi papo de segundos, até darem andamento.




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