Vivência [M]

•102•

+ 90
Bruna 🎡

Eu estava indecisa a bessa, ao mesmo tempo que queria conversar com o Danilo e colocar um ponto final nisso tudo, pra decidir logo o que seria melhor para nós eu, queria fingir que nada nunca aconteceu, só pra seguir a minha vida.

Mas infelizmente no coração a gente não manda, né? Poderia negar mil e uma vezes, porém sempre que colocasse a cabeça no travesseiro iria lembrar dele.

Minha cabeça estava aérea e eu não conseguia prestar atenção em nada que o tutor falava, soltei a minha respiração e joguei o cabelo pra trás.

Conferi o relógio e já eram quase oito, na saída eu peguei caminho direto pra casa, pensando em todas as possibilidades e o que poderia acontecer caso eu aceitasse conversar com o Lobão.

Tomei um banho e lavei o meu cabelo, relutei em dar o braço a torcer, lembrei da voz dele ecoando no meu ouvido, sobre me esperar até as dez, e eu só desejava que a hora no relógio passasse rápido para eu tirar tudo da mente.

Mas eu consegui? As nove e cinquenta eu decidi ir atrás dele e com toda a certeza foi a decisão mais impulsiva da minha vida! Não conseguia encontrar nenhum taxi se quer e se eu fosse andando poderia perder a viagem.

Soltei a minha respiração, irritada com a situação e decidir ir da mesma forma, o mais rápido que conseguia! Assim que eu cheguei, eram dez e vinte, me aproximei da recepcionista, que por sorte falava a minha língua.

-Ele saiu daqui há uns cinco minutos! -Murmurou, depois de olhar no computador.

Bruna : E você sabe pra onde ele foi? -Questionei, impaciente.

-Não faço a mínima ideia. -Sorriu de canto. -Desculpa por não poder ajudar.
Respirei fundo e sai do hotel, senti o meu coração apertar e fiquei com raiva, tanto de mim quanto do ocorrido.

Lobão : Bruna? -Ouvi a voz dele atrás de mim e prontamente virei na direção, ele estava com uma sacola na mão e eu senti o meu corpo aliviar.

Bruna : Meu Deus, eu pensei que você já estivesse ido. -Passei a mão no rosto, e ele riu de canto.

Lobão : A ideia era essa pô, mas as pistas estão fechadas por causa da tempestade de neve que tá chegando ai. -Murmurei um "hm". -Ta a fim de trocar uma ideia? Bora subir.

Passei na frente dele e nós subimos pelo elevador, esperei abrir a porta do quarto e entramos.

Lobão : Fiquei felizão por você ter vindo, por um momento passou na minha mente que fosse o nosso fim.

Bruna : Eu vim porque quero dar essa chance, mas não pra você, pro meu coração conseguir escutar e entender o que é melhor.

Lobão : Como assim, Bruna? O melhor é nós juntos, tu deixou de sentir alguma parada por mim?

Bruna : Eu não deixei de sentir sentimentos, mas você me deu motivos o suficiente pra idealizar que na verdade, você não sentia nada por mim.

Lobão : Isso ai é caô, minha loira, tu tá mais que ligada em tudo o que eu sinto por você, papo de amor mermo. Quero te escutar, entender o que fez você tomar todas essas decisões?

Bruna : Você me deixa no escuro sempre, Danilo! Sempre diz que está fazendo o melhor para mim, mas nunca me mostra os motivos pra isso, eu sempre descubro tudo da pior forma possível!

Lobão : É que tudo pra mim é imoral todas essas questões! Pra mim é muito óbvio, tá ligada? Óbvio que eu me amarro pra caralho em você e jamais faria nada na intenção de te prejudicar. Quando eu mando o papo de te querer, é por inteira mermo, construir família e pegar responsabilidades maiores. Porra Bruna, eu tô sendo sincero no bagulho, tu é minha primeira mulher, e quero que seja a única também.

Bruna : Eu não sei se é justo comigo deixar tudo isso aqui, lutei muito pra conquistar e não acho o certo você ficar correndo perigo por mim.

Lobão : Pô minha loira, por você eu faço qualquer bagulho, que se foda o mundo, os cana e quem quer se seja. Não tô pedindo pra você abrir mão dos seus sonhos, só pra dar mais uma chance pro nosso lance.

Bruna : Eu fico aqui por mais dois meses Lobão... -Murmurei, e ele franziu a testa, mas logo em seguida soltou a respiração e se aproximou.

Lobão : Tá suave, pô, eu volto pro Rio na primeira oportunidade porque o bagulho é realmente sério, mas se você falar comigo aqui, agora, que tá a fim de me perdoar eu espero o tempo que for preciso, nada vai mudar!

Bruna : Como assim, nada vai mudar? -Questionei, um pouco indecisa. Passei o meu cabelo pra trás e ele sorriu.

Lobão : Sentimento real mermo a gente só sente uma vez. Quero o melhor pra nós e tô suave se você estiver disposta também.

O meu celular tocou e eu tirei do bolso pra vê quem era, o meu amigo, que havia marcado de sair comigo hoje mais cedo. Lobão tirou o aparelho da minha mão e desligou.

Lobão : Tô te perguntando, Bruna, quer ou não seguir nessa comigo? -Molhei a minha língua e respirei fundo.

Bruna : Quero, Danilo! -Falei entre os dentes e ele sorriu de canto a canto. -Mas você sabe que muita coisa precisa mudar...

Lobão : Eu sei, pô! -Ele mexeu no bolso da calça. -A primeira que eu quero que mude, é o nossos status...casa comigo?

Eu olhei pra mão dele, com uma caixa com duas alianças, meu coração acelerou e eu senti uma corrente quente percorrer o meu corpo.