Capítulo 10 Antony

315 36 2
                                    

Me acomodo no encosto da cadeira com os braços cruzados sobre o peito, enquanto observo Carolina recolher as pastas sobre a mesa após a reunião ser encerrada.

Venho observando ela o dia todo, e sei que ela está ciente disso, e as vezes demonstrar certo desconforto diante do meu olhar.

Só que eu não posso evitar, e honestamente não quero!

Pelo menos terei isso para usar como uma espécie de prova, quando questionar seu comportamento o dia todo!

O problema é que eu não faço a menor ideia de como fazer isso!

Sei que se eu for direto ela vai se esquivar e não vai dizer a verdade, mas também não sei como conquistar a sua confiança para que ela me conte o que aconteceu com ela.

Desde o aeroporto tenho notado ela caminhar com o corpo meio rígido, cada vez que se senta ou levanta faz isso tão devagar e com tanto cuidado que me pergunto se por um acaso há espinhos em sua cadeira !

Sem falar das careta, que ela faz as vezes e nem ao menos perceber. Agora mesmo enquanto recolher as pastas vi ela fazer  caretas duas vezes, uma quando esticou o braço para pegar uma pasta do outro lado da mesa e outra quando esbarrou o quadril no encosto de uma cadeira.

Se ela tivesse batido na cadeira entenderia a careta, mas não ela apenas esbarrou! Foi totalmente inofensivo!

Assim que ela terminou de organizar a mesa de reunião e guardar as pastas seguimos para o estacionamento da empresa, abri a porta do passageiro para ela e indiquei que entrasse no carro. 

Quando estou com o meu motorista ela vai no banco de trás comigo, mas infelizmente essa semana ele tinha um compromisso pessoal importante e não pode nos acompanhar na viagem, então eu mesmo irei dirigir, por isso indiquei a ela o banco ao meu lado!

- Eu vou dirigir! Falo quando vejo ela estranhar minha atitude.

Carolina apenas balança a cabeça em concordância, ao entrar no carro ela solta um gemido, baixo, se eu estivesse apenas alguns passos de distancia dela provavelmente não teria ouvido!

-Esta tudo bem? 

-Sim... ela é rápida em responder.

-Serio? Não parece, achei que tinha se machucado ao entrar no carro!

É obvio que não pensei realmente isso, ate porque venho observando ela o dia todo para saber que essa não foi a primeira vez no dia que ela resmunga algo baixinho para ninguém ouvir!

-Não é nada, só dei uma mal jeito na coluna no final de semana.

Encarei seus olhos maiores que o normal, apesar de ter dormido a viagem toda ela ainda tem sinais de olheiras embaixo deles, não consegui evitar em inclinar um pouco o corpo na sua direção diminuindo a diferença de altura agora maior entre nos por ela estar sentada no banco do carro.

- Me parece que você anda em uma mare de azar, quando não cai machuca a coluna! Respondo deixando claro o tom de ironia em minha voz.

Carolina pisca algumas vezes e suas bochechas ganham um tom intenso de rosa, me arrependi no mesmo instante de ter falo com ela desta forma!

Mas é que mais uma vez acredito que ela esteja mentindo, isso esta começando a me irritar. Não que ela tenha a obrigação de me contar alguma coisa, é só que as minha suspeitas só aumentam e trazem com ela dois sentimentos que eu estou detestando tê-los.

O primeiro é de que eu estou ficando louco, que essas suspeitas não passam de suspeitas e que eu estou vendo coisas onde não tem, que tudo não passa de uma paranoia minha!

Amigos 2° Geração - Arrogante -Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora