Capítulo 42 Carolina

512 34 7
                                    

Dossiê! Dossiê! Dossiê! Dossiê!

As palavras pareciam gritar na minha cabeça como se fosse uma maldição!

E talvez seja mesmo!

- Dossiê do Cleber?!

Repito em tom de pergunta, mas não foi uma pergunta, foi mais uma afirmação para mim mesma.

Eu não sou uma pessoa supersticiosa, mas quando ouvi Antony mencionar o conteúdo do envelope, tive um pressentimento ruim, um mau presságio, eu não sei explicar é como se algo dentro de mim me disse que as informações que contém no dossiê não são  boas.

- Sim, meu amor.

Antony fala com um tom calmo, mas posso sentir preocupação no tom da sua voz. Sua mão esquerda massageia minhas costas em movimentos circulares.

- Por que você tem isso?

Desvio meu olhar para o envelope agora sobre a mesa de Antony.

- Depois daquela audiência de conciliação, e toda aquela história de ser adotado, percebi que talvez ele não tenha sido verdadeiro com você durante o relacionamento que tiveram, que ele não compartilhava  informações importantes da vida dele com você, ou talvez ele só estivesse mentindo para comover o juiz, decidi não ficar na dúvida e contratei um detetive particular.

Antony tem razão sobre o Cléber não compartilhar informações importantes comigo, Cléber não era muito de falar sobre a família, respondia apenas o que eu perguntava sobre o assunto, mas nunca passou pela minha cabeça que ele pudesse estar escondendo informações de mim, achei que era o jeito dele, e é claro que eu nunca perguntei se ele é adotado, como eu poderia imaginar isso.

As minhas perguntas estavam relacionadas a sua infância como foi, como ele era na época da escola, se tinha amigos, se brincava na rua como meu irmão e eu fazíamos, sobre os sonhos que ele tinha quando menino, como por exemplo eu dizia que queria ser bailarina, já o meu irmão jogador de futebol, essas idéias que temos quando criança e que depois com o passar do tempo e o nosso amadurecimento, se modificam passando a existir apenas nas lembranças boas da infância.

Sobre seu convívio com a família, se tinha primos e eram próximos, se os via com frequência, se brincavam juntos, essas coisas e não se ele é adotado.

Mas pensando agora me perguntou se as respostas que ele me deu foram verdadeiras, ou apenas faziam parte do seu teatro.

- Bonequinha se não quiser ler não precisa.

Antony me tira de meus pensamentos me fazendo voltar ao presente.

- Por que não me contou que  contratou um detetive?

- Por que não queria que se preocupasse com isso, o detetive poderia não achar nada de mais na vida dele e confirmar apenas que ele é um mentiroso dicimulado.  Não queria que se preocupasse atoa.

Suspirei.

- Então se você está me contando, quer dizer que o detetive encontrou alguma coisa?

Antony não respondeu, não com palavras, mas seu olhar compassivo e observador como uma águia tentando capitar minhas emoção, foi uma resposta.

- Você já leu?

- Sim, ele me enviou uma cópia por email ontem de manhã, li enquanto voava de volta para São Paulo. Não precisa ler se não quiser.

- Eu não quero, mas acho que preciso saber o que tem aí, pode me contar?

- Claro! Antony tocou minha bochecha fazendo um leve carinho nela.

Amigos 2° Geração - Arrogante -Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora