Além do nosso tempo - Bucky Barnes

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Narrador on:

3 dias depois...

- Quem era aquela? - Bucky perguntou enquanto andava de um lado pro outro

- Me surpreende você não saber, você estava lá. - eu disse, tirando meus olhos da rua movimentada, que eu observava pela janela do prédio que estávamos.

Ele se manteve em silêncio. Fechei as cortinas

- Vou precisar sair. Por favor, tranca tudo no momento que eu sair, ok?

Bucky assentiu.

Saí e observei o barulho da fechadura da chave, confirmando que ele havia trancado. Ajeitei o boné e andei com calma pelos corredores do prédio.

Observei uma mulher andando na minha direção, provavelmente ela vai pro apartamento dela.Ok, ela não vai falar comigo. Mas ela me olhou curiosa e acenou pra mim. Peguei meu celular no bolso da jaqueta e fingi estar mexendo, na intenção dela achar que eu estava ocupada e não falar comigo.

- Ei, você é a vizinha nova? Três dias e o andar inteiro está comentando sobre você.

É por isso que eu não posso ficar em local público. As pessoas são curiosas e intrometidas. Levantei um pouco a cabeça e a olhei

Ela parecia estar na casa dos 50. Tinha pele escura e estava com uma bolsa pendurada no ombro. Tinha chaves nas mãos e me observava com um sorriso no rosto.

- Sim. Eu...me chamo Clarissa - estiquei minha mão e forcei um sorriso

- Eu sou Edna - ela disse enquanto correspondia meu aperto de mão

[...]

Depois de dar uma desculpa de que tinha um compromisso e já estava atrasada, ela finalmente parou de falar e eu saí de lá.

Observei as maçãs e selecionei algumas, colocando-as em um saco transparente. Peguei mais algumas coisas na sessão de frios e andei até o caixa.

Uma fila de 3 pessoas estava à minha frente. Olhei pro meu pé e algo puxou o bolso da minha jaqueta. Olhei pra trás e encontrei olhos castanhos me encarando. Era uma menina, ela deveria ter uns 3/4 anos e tinha cabelos cacheados da mesma cor de seus olhos.

Ela sorriu pra mim e juntou suas mãozinhas, demonstrando vergonha.

- Ei - me agachei na intenção de ficar do mesmo tamanho que ela

- Qual seu nome? - ela sussurrou pra mim e se balançou.

- Qual o seu? - perguntei de volta. Não teria coragem de mentir pra uma criança.

- Lua - ela disse

- Lua? - perguntei surpresa

- Igual a lua no céu- ela disse

- É lindo, Lua. - sorri

Ela abriu os dentes pra mim, de forma genuína e senti um pouco de paz em muito tempo.

- Lua! querida, não pode sumir assim. - um voz masculina chamou minha atenção. Olhei pra cima e um homem nos olhava com um olhar aliviado.

- Papai - ela me olhou - essa é minha amiga.

- Eu sinto muito, ela é bem simpática com todos, gosta de pessoas.

- Tudo bem, nos demos bem - pisquei pra Lua enquanto me levantava

[...]

O homem e a pequena menina, saíram da loja uns minutos depois, bem na hora que chegou minha vez no caixa. Peguei um chiclete e coloquei no caixa também.