Mas quem é você?

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Acordei com uma dor de cabeça do inferno. Fiquei alguns segundos de olhos fechados e lembrei o que havia acontecido. Levantei minha cabeça rápido e abri meus olhos. Eu estava em uma sala, uma que eu conhecia bem

Aquela cadeira que eles usavam para ativar o soldado invernal, a cadeira que estava sempre aparecendo nos meus pesadelos, estava na minha frente. Era como se ela estivesse me encarando e sorrindo pra mim. Minha visão estava turva e eu fechei os olhos com força, na esperança de conseguir raciocinar direito. Percebi que estava sentada.

Lembranças e mais lembranças dessa sala inundaram minha mente e eu comecei a sentir uma angústia no meu peito. Levantei e andei até a sala de treinamento, a mesma que eu e Bucky treinávamos. Me aproximei do tatame e agachei.

- Você me trouxe de volta pro inferno - falei quando notei a presença dela atrás de mim

- Imagino que deve ter boas lembranças daqui - a mãe do Matheus falou - a propósito, eu sou a Célia.

Ignorei sua fala e ela se aproximou e parou ao meu lado. Esse lugar parecia abandonado.

- Há quando tempo que eu tô aqui? - perguntei

- Ainda tá de tarde. Tivemos que sair correndo de lá, já que ativou o botão de emergência dos vingadores. E também por conta do seu ferimento - ela falou e eu olhei rápido para minha barriga, mas o ferimento estava curado

- Como? - perguntei.

- Venha, vamos dar uma volta - Célia mudou de assunto e começou a andar em direção ao corredor

- Onde está Matheus? - perguntei

- Meu filho está resolvendo outros assuntos.

- E a Larissa? - senti um aperto no peito ao pensar que Larissa poderia estar nisso também.

- Hm, ela está...descansando

- Então você é a chefe da hidra agora? Achei que tivesse morrido quando os meninos eram pequenos

Falei enquanto andávamos no enorme corredor daquela base

- Eu comando o que sobrou dela, a parte que você não destruiu.

- Ainda. - falei e ela se virou pra mim, parando de andar - Achei que estivesse morta.

- Eu não morri. Tive que me afastar para trabalhar. - ela falou e voltou a andar

- E como o Matheus entrou nisso? Ele sabia desde o começo? Por isso se aproximou de mim?

Ela parou de andar e abriu uma porta. Entramos e eu reconheci o lugar. Era a sala onde eu acordei em 1972. Olhei para a cadeira em que eu acordei e lembrei que, quando eu acordei, haviam sacos com o soro que deu meus poderes.

- Eu fui o braço direito de Pierce por alguns anos. Quando você surtou naquela sala, eu vi que era a oportunidade perfeita de colocar meu plano em ação. Procurei meu aliado aqui dentro, o Jeferson, e juntos planejamos isso. Jeferson fingiu fazer alguns testes em você e disse para Pierce que você estava sem controle, e que precisava ser parada. Sugeriu que te matasse, Pierce concordou, mas Jeferson já tinha tudo planejado, então ele injetou em você o soro que parou seu coração por tempo suficiente até a hidra estar longe de você. Sugeri que escondesse seu corpo na floresta de Oregon, e ele concordou

- E como exatamente eu parei com os seus filhos? - perguntei

- Eu sabia qual era a rotina deles. Observei o crescimento dos meus filhos, não sou um monstro.

- Uau, é a mãe do ano. - Ironizei enquanto olhava em volta

- Eu sabia daquele cachorro, então sugeri o lugar e esperei os deuses me ajudarem

- Acho que Thor discordaria- murmurei

- Matheus e Larissa são pessoas boas, eu sabia que minha irmã havia os criado bem. Então imaginei que acolheriam você. Nunca planejei trazê-los para o meu lado, mas quando você os levou para o meio da guerra contra a hidra, eu sabia que teria que interferir. Então encontrei Matheus primeiro, foi difícil convencê-lo a trair você, mas depois de anos sem a mãe, tudo que ele queria era estar comigo.

- E a Larissa?

- Minha filha criou um... apego sentimental a você, então se negou a me ajudar. - ela falou e andei até a mesa no centro da sala. Levantei minha mão até a altura da barriga, mas meus poderes são estavam funcionando.

Respirei fundo. Eu estava em território inimigo e sem poderes. Ok, tá tudo bem, Jennifer, respira.

- Então onde está Larissa agora? Quando você disse que ela estava descansando, você quis dizer morta? - Perguntei incrédula e me virei pra ela

- Eu não mataria minha própria filha. - Célia respondeu

- Então onde ela está? Se você a tiver machucado...- me aproximei em forma de ameaça

- Não fiz e não farei nada com minha própria filha. Ela está descansando, apenas.

- Por que me trouxe aqui? - questionei irritada e me afastei

- Pra te mostrar uma coisa. Como está sua memória? - ela perguntou e eu franzi o cenho

- O quê?

- Como está sua memória? - ela repetiu a pergunta

- Não entendi sua pergunta - falei

- Nessa altura do campeonato você já deve ter percebido algo estranho nas suas lembranças. Talvez descoberto algo que você não lembrava mas deveria - ela falou sugestiva e eu gelei

- Como você... - interrompi minha própria fala quando percebi uma coisa

Uma das primeiras coisas que eu reparei quando acordei nessa sala em 72, foi o espelho ao lado da porta, que agora mostrava o reflexo de uma morena desconhecida bem atrás de mim. Ela estava com as mãos levantadas pra minha cabeça e havia um brilho vermelho saindo delas. Puxei rápido a faca que, para a minha surpresa, ainda estava em meu tornozelo, e me virei, derrubando-a no chão e ficando por cima dela

- Mas quem é você? - perguntei enquanto pressionava a faca em sua garganta

- Olá, me chamo Wanda Maximoff

Além do nosso tempo - Bucky Barnes Onde histórias criam vida. Descubra agora