Corpos expostos

101 6 0
                                    

N.A.:

Nunca vi tanto gatilho e tristeza em um capítulo só 🤠





Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! É big, é big, é big é big é big! É hora, é hora, é hora é hora é hora, ra, ti, búm! Morgana, Morgana! Viva a Morgana, viva!

Faça um pedido, minha filha. Fez? Você pediu o quê? Ah, não vai contar pro papai? É segredo? Quer que se realize? Então vai se realizar!



Foi no dia 27 de dezembro.



O que a gente sente quando morre? Nós sabemos que estamos morrendo ou nossa vida só se esvai, como se estivéssemos pegando no sono?


Seguro uma maçaneta, e abro a porta.

Vejo aquela cena. Aqui estou eu e ele.


Olha o que o papai comprou pra você!

Ele entrega o presente nas minhas mãos e retiro o papel de embrulho.

Romeu e Julieta? Como o senhor sabia que eu queria?

Você já leu e releu meu Hamlet, sinal que gostou da leitura. Essa você vai gostar mais.

Meu pai é o melhor pai do mundo.

Minha mãe é a pior mãe do mundo.

Cheiro de pele queimada. Olho para mim. É minha pele queimada em brasa de cigarro, ainda vermelha, viva, sangrando, com cinzas em cima dela. Numa região que ninguém pode ver pra ninguém perguntar quem fez.


Foi a mamãe que fez, ali, no canto da barriga.


Não toquei no tom certo, e ela estava de mau humor.

Fiquei com vergonha depois disso.

Minha boca está amarga.

— Morgana!

Um grito de dor de fundo.

Tem alguém me chamando?

Quer dizer...

Qual é mesmo meu nome?



Morgana, desculpe, mas eu não aguento mais essa vida. Eu nunca vou ficar bem.

Não, por favor, não, Valentina, pensa melhor. Você só está pensando assim porque não está tomando seus remédios e...

Estou cansada de ser dependente deles pra viver.

O que eu vou fazer sem você?

Vai ficar melhor sem mim, com certeza.

As incríveis desventuras de MorganaOnde histórias criam vida. Descubra agora