Esposa Troféu (Malila)

15.

Pov Maraisa

- Amor, se acalma - Marília fala me olhando - Você está andando em círculos faz dez minutos.

- E se aconteceu alguma coisa, Lila?

- Não aconteceu nada, mamãe - Léo fala para mim.

- É não aconteceu nada - Marília sorri para o pequeno - Se o Léo disse é o certo.

Não consigo pensar assim, Maiara entrou na sala de cirurgia vai fazer uma hora, e até agora nada, me deixando completamente irritada e preocupada.

- Não pode acontecer nada, Lila - Começo a ficar dessesperada - Nossas famílias não iriam aguentar outra gravidez perdida assim.

Falo tão por impulso, que só percebo o que falei, quando olho para Marília e ela fica cabisbaixa, mesmo eu não mentindo em nenhuma palavra. A família da minha esposa, só foi parar de pegar no pé da minha mulher, quando Léo nasceu, mas foi de mim, não dela, e para eles, isso não conta como um filho da Marília, mesmo que ele tenha a sua genética.

Me aproximo dela e sento do seu lado, odeio ver ela se culpando assim.

- Lila... me desculpa.

- A culpa não é sua - Ela dá de ombros - Está tudo bem.

- Amor...

- Está tudo bem.

- Desculpa...

Me sinto mal por deixar ela mal. Marília tem essa pose de mandona e independente, e ela realmente é, com todo mundo menos comigo. Deixo um beijo na sua bocheca e deito a minha cabeça no seu ombro, entrelaçando nossas mãos.

Não demora muito para Luísa aparecer, sorridente, isso me traz um alívio, minha sobrinha está bem.

- Ela é linda - Luísa fala me olhando - A sua cara mas linda.

Abraço a minha cunhada e beijo o seu rosto. É uma explosão de felicidade, foi oito meses nós duas totalmente ansiosas para ver a minha pequena. Luísa abraça a sua irmã, as duas ficam bons minutos nesse abraço.

- Vem ver a sua prima, Léo - Luísa fala pegando ele no colo - Ela quer te ver.

Mas assim que vamos entrar na sala, eu não acho uma boa ideia minha esposa entrar junto, toda vez que Marília vê qualquer bebê, principalmente menina, isso aciona um gatilho muito grande nela. Até porque a sua primeira gravidez foi uma menina, e ela perdeu com quase seis meses, mais da metade da gravidez. Mas não falo nada, não iria impedir a minha mulher de entrar.

Quando entro no quarto, está um completo silêncio, Maiara está dormindo, com as mãos esticadas no carrinho ao lado da sua cama, segurando o dedinho da sua filha.

Quando me aproximo, é um pacotinho tão pequeno, branca, com o cabelinho castanho, cheia de cabelo. O narizinho e a bocheca igual ao da minha irmã, a cara da Maiara.

- Oi, eu sou a sua tia - Falo pegando ela no colo - Você é muito linda.

Marilia se aproxima de mim, e me abraça por trás, olhando para a sua sobrinha.

- Ela é linda... - Ela sussura baixinho.

- Ela é, amor.

- É...

Não demora muito para a minha esposa encher os olhos de lágrimas, e eu entender o rumo que os seus sentimentos estão levando ela.

- Lila, não fica assim - Luísa fala passando a mão nas costas da sua irmã - Está tudo bem.

- Eu estou bem - Ela sorri fraco e pega o Léo no colo - Eu só... a viagem acabou então eu vou para casa.

- Lila... fica comigo - Sussuro olhando para ela - Estamos longe de casa, você vai pegar a estrada sozinha?