22.

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Pov Marília

- Lila, eu vou te pagar do mesmo jeito - Luísa fala me olhando - Tudo é muito recente, você não precisa voltar a trabalhar.

- Eu quero - Dou de ombros - Eu não quero ficar sozinha naquela casa.

- Fica com o Léo...

- Ele está com a Maraisa hoje.

Pelo menos eu acho, já que ela não olha na minha cara, não fala comigo, não me dá uma chance para me explicar, simplesmente fingi que eu não existo. Mesmo querendo chorar o tempo inteiro, me enrolar nas minhas cobertas e fingir que ninguém existe, eu não posso, ainda tenho um filho para cuidar e uma vida para seguir.

- Achei que ela ia começar a trabalhar hoje - Ela resmunga baixinho.

- Ela vai começar a trabalhar?

- O quê? Não, não sei, quer dizer... talvez?

Eu fico feliz por ela, Maraisa ama o que faz e o meu hobbie favorito era olhar o brilho no seu olhar para as crianças, eu passaria horas admirando.

- Ela vai voltar a trabalhar no hospital? - Pergunto novamente.

- Vai... mas não conta para a minha esposa.

Mesmo estando triste, por não poder prestigiar a morena, eu não consigo controlar as memórias que voltam na minha cabeça. Ela fica extremamente gostosa com jaleco e óculos, só não ganha da roupa de academia, nada ganha disso.

- Qual hospital ela está?

- Ela pediu distância, Lila - Luísa me lembra novamente - Você tem que respeitar.

- Eu só queria ver ela... só ver, não preciso falar nada.

- Maiara me mata.

- Ela não vai saber - Falo me aproximando - Eu só quero ver a minha mulher, por favor...

- Lila...

- Por favor...

- Tá... mas se a Maiara descobrir, eu falo que você me chantageou, que colocou uma faca no meu pescoço e me ameaçou.

- Mas eu não fiz isso...

- Essa é a minha condição.

- Você vai me passar o endereço?

- Vou.

- Tá bom...

Abraço a minha irmã com força e beijo a sua bocheca, ouvindo a sua risada baixinho.

- Você foi na psicóloga hoje, Lila?

- Eu vou mais tarde.

- Quer que eu vá com você?

- Não... eu consigo ir sozinha.

- Tem certeza - Ela pergunta segurando meu rosto - Você sempre vai ter eu, tá bom? Menos para emprestar dinheiro, isso não.

- Poxa... eu tava precisando de um dinheiro.

- Que pena... vai ficar precisando.

Dou um soquinho no seu ombro e volto para a minha mesa. Terminando de arrumar as minhas coisas.

///

- E por que você acha que isso é uma boa ideia? - A psicóloga pergunta me olhando.

- Porque ela voltaria a me amar.

- E você acha que no seu estado de saúde atual, a criança teria estabilidade grande?

- Não... mas se ela voltar, eu vou ficar bem.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora