28.

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Pov Marília

- Lila, se acalma, agora já foi - Maraisa fala beijando o meu rosto - Não adianta você chorar.

- Eu não quero ver o resultado, Mara - Começo a soluçar mais ainda - Eu não queria isso, não assim.

- Lila... vamos esperar, eu posso estar enganado.

Decidimos fazer o teste, demora alguns minutos para sair o resultado e nesse pequeno período de tempo, eu já tive várias crises de choro e a Morena teve que me acalmar. Agora estão as duas sentadas no chão, eu deitada nós seus braços, recebdo seus beijos no meu rosto.

Meu maior medo, não é estar grávida, meu maior medo, é ela me deixar novamente, só que dessa vez para sempre. Eu não queria isso, eu estava com raiva no momento e misturou com o álcool, tomei decisões ruins, mas eu jamais iria querer isso. Pessoas comentem erros e esse é o menor dos problemas, a maior dificuldade é lidar com as consequências dele.

Nego com a cabeça e é imaditado, levo minhas mãos para dentro da minha blusa, apertando a minha pele recém cicatrizada com força e Maraisa percebe.

- Não faz isso, Lila - Ela manda segurando as minhas mãos - Só vai te machucar.

- Você vai deixar de me amar? - Pergunto baixinho sem olhar nós seus olhos - Se eu estiver grávida, você vai ir embora?

- Eu não vou para lugar algum, Lila.

- Você não precisa ficar - Falo segurando o choro - Não é o seu filho, eu não vou te forçar a ficar.

- Pai e mãe é quem cria, Lila - Ela fala beijando a minha bocheca - Não quem faz.

Abraço ela com força, beijando a sua bocheca, sentindo ela me abraçando na mesma intensidade. Maraisa se separa um pouco e passa a mão no meu rosto, alisando a minha pele, admirando cada detalhe de mim.

- A criança não tem culpa, genética é uma coisa muito pequena comparada ao amor - Ela sussura segurando meu rosto - Se você estiver grávida, eu vou amar de qualquer forma, por que de qualquer jeito, é um extensão sua.

- Eu queria ser boa o suficiente para você...

Maraisa me olha apreensiva e abaixa a cabeça, deixando algumas lágrimas caírem. Eu me aproximo dela e selo nossos lábios, encostando as nossas testas.

- Se eu realmente estiver grávida, eu quero ir embora dessa cidade.

- Lila...

- Eu não quero ficar mais aqui.

- Você quer que eu vá junto?

- Você acha que eu iria sem você? É claro que sim.

Ela sorri aliviada, selando nossos lábios novamente e seu relógio apita, deu o tempo do teste, já saiu o resultado. Maraisa se levanta do chão e pega o teste na mão, quando eu vejo a sua reação, sei que deu positivo.

- Lila... está tudo bem.

Eu não consigo controlar, abaixo a cabeça para chorar mais ainda. Não era assim que eu planejava, eu tenho medo de aceitar essa gravidez, de amar essa criança e acontecer igual todas as outras vezes, eu perder, eu tenho medo de sofrer igual eu sofri antes, de ter que ver a minha mulher com medo de eu fazer alguma besteira, de ter que lidar com os comentários negativos da minha família, eu não me sinto pronta para perder tudo de novo.

- A mamãe Lila tá triste? - Léo pergunta entrando no banheiro.

- A mamãe Lila tá um pouco triste sim, amor - Maraisa sorri fraco para o pequeno.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora