26.

1.7K 182 66
                                        

Pov Marília

- Não sabemos, ele não voltou para casa essa última semana - Minha mãe fala para o policial - Achamos que alguém pode ter feito alguma coisa para ele.

- Ou ele só está por aí - Sussuro baixinho.

- Ou alguém da nossa família pode ter machucado ele - Meu pai fala me olhando - Alguém que ele sempre teve intriga.

- Vocês tem algum suspeito? - O policial pergunta.

Todos se calam, mas eu consigo sentir os olhares para mim. Era exatamente o que me faltava, eu ser a culpada por sumir com ele, se eu fosse fazer algo, seria matar de uma vez.

- Eu passei a ultima semana com o meu filho - Tento me defender - A mãe dele está doente e não conseguiu cuidar dele.

- Ela estava comigo - Luísa confirma com a cabeça - Estávamos com as crianças.

Todos parecem acreditar nela, mas não deixa de me magoar, eles pensarem que eu faria algo para alguém da família. Mas eles nunca esperaram nada de mim mesmo. As pessoas mais tóxicas são aquelas que estão nas famílias, que nunca te incentivam, te criticam e te julgam, que se acham no direito de apontar seus defeitos, esses indivíduos são bem piores que adversários, pelo menos o inimigo às vezes luta por algo que ele também almeja ter, já alguns parentes torcem pra você fracassar principalmente quando veem o seu sucesso, eles se incomodam com o simples fato de te ver no topo e sentem inveja de você, por isso, mantenho distância de pessoas assim, elas são falsas, perversas, se acham melhores dos que as outras, são altamente corrosivas, destroem a sua própria vida e a vida daqueles que estão ao seu redor. A hipocrisia e a falsidade não deveriam fazer parte do currículo de uma família que se diz honesta.

Engulo o choro e não demonstro fraqueza, não vou chorar, não na frente deles.

Léo está dormindo nós meus braços, ele não dormiu a noite inteira com saudades da sua mãe. Maiara me disse que Maraisa está doente e não tem condições de olhar o Léo, o que eu acho que é mentira, já que ela nunca deixa de ver o nosso filho, mas não quero me meter na sua privacidade.

Eu fui atrás dela no hospital, Gustavo me disse que ela pediu demissão, fui atrás dela na sua casa, ela sequer abriu para mim, na realidade acho que ela só quer me esquecer de uma vez.

- Vamos continuar a busca - O policial continua - Mas vocês podem procurar também.

- Vamos ficar bem de olho - Minha mãe fala me olhando - Em qualquer coisa suspeita.

Reviro meus olhos e saio da casa, ninguém merece ser acusada de algo que eu nunca faria. Principalmente eu, que nunca machuquei nenhuma mosca.

- Lila, espera - Luísa fala me chamando - Eles estão sendo injustos.

- Eu sei, Luísa - Dou de ombros - Mas eles sempre me viram dessa forma.

- Eu não te vejo dessa forma...

Termino de colocar Léo na cadeirinha e me viro para falar com ela. Luísa me olha preocupada, eu estou melhor, já disse que não vou fazer nenhuma besteira, mas parece que ninguém acredita em mim.

- Mamãe acha que ele pode ter sido sequestrado - Ela fala com a voz embargada - Que... que talvez não esteja vivo.

- Não sabemos disso.

- Ele não era uma pessoa boa... mas era o nosso irmão - Começo a ver as lágrimas descendo pelo seu rosto - Eu... eu não sei o que pensar.

- Ele deve estar bem...

- E se ele não estiver? Nossa mãe não iria aguentar, Lila...

- Eu vou pensar em alguma coisa - Falo abracando ela - Vou tentar contratar mais pessoas para investigar isso, só... se acalma, a sua mulher precisa de você e a sua filha.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora