33.

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Pov Maraisa

- Tenta se acalmar - Marília fala segurando meu rosto - Ninguém sabe de quem é o corpo.

- Não é o dele, não queimamos ele - Nego com a cabeça - Não faz sentido, Lila.

- Olha para mim - Ela procura meus olhos - Não se dessespera, não mostra que você está com medo.

- Eu não consigo...

- Você consegue, tem que conseguir.

Nego com a cabeça e abraço a minha esposa. Marília me abraça de volta e aperta o meu corpo, alisando as minhas costas.

- Lila... eu quero ir embora dessa cidade de uma vez.

- Se a gente for embora nós tornamos suspeita - Ela beija as minhas mãos - Ninguém desconfia de vocês duas, ninguém, então se acalma.

- Eu acabei com a vida da minha irmã, com a minha, com a sua, da Luísa - As lágrimas começam a descer pelo meu rosto - Como eu vou falar isso para o Léo?

- Você não vai falar nada, nem para o Léo, nem para ninguém - Marília limpa as minhas lágrimas e nós aproxima - Você nunca esteve com ele, nem você, nem Maiara.

- Eu tô com medo...

- Eu estou aqui para você.

Me aproximo mais dela e abraço o seu corpo, beijando o seu ombro e me aconchegante ali. Quando olho para frente, Maiara está quieta e Luísa tenta o tempo inteiro fazer a minha irmã responder, mas ela ignora tudo ao seu redor. Estamos todos preocupados, ninguém sabe o que aconteceu, todos estão com medo.

A polícia não conseguiu identificar o corpo queimado por um motivo: O corpo foi queimado antes de ser enterrado, o rosto totalmente desconfigurado, a única coisa que salva é os dedos, para fazer o teste de identidade.

- Eu vou te levar para casa - Marília quebra o silêncio - Você e Maiara.

- Eu não vou te deixar sozinha.

- Luísa vai ficar comigo, vocês duas não tem condições de ficar aqui.

- Eu não vou te deixar sozinha, Marília - Respondo irritada - Eu vou ficar com você, para de me afastar.

- Mara... eu preciso que você vá.

- Eu não quero, por que você me quer longe? - Pergunta com a voz embargada - Eu aguento isso.

- Olha a sua irmã, ela está tão nervosa que não consegue mais produzir leite para a filha dela, você não come direito vai fazer uma semana - Marília responde baixinho - Eu só quero o melhor para vocês duas e isso com certeza não é.

Está sendo estressante, realmente, mas não quero deixar minha esposa levar todo esse peso sozinha, eu que criei esse momento, eu não deveria ter que dividir com ninguém, mas não sou forte o suficiente para levar sozinha.

- Eu não quero te deixar sozinha, Lila.

- Eu fico melhor sabendo que você está bem, amor.

- Mas eu não fico bem sabendo que você está aqui, principalmente com a sua família te olhando o tempo inteiro.

- Ninguém vai me fazer mal - Ela sorri fraco - Já fizeram o suficiente, acho que nada me abala mais.

A família inteira da minha esposa está aqui, seus olhares pesam sobre nós duas, eu sinto isso, uma energia ruim sobre os nossos corpos. Seguro seu rosto e selo nossos lábios, fazendo ela sorrir com isso.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora