Esposa Troféu (Malila)

16.

Pov Marília

- Na verdade, em grande parte do meu tempo - Falo para Gustavo - Eu não gosto de você.

- Que pena... eu não me importo.

Reviro meus olhos irritada e continuo procurando meus documentos, que deveriam estar aqui.

- Cadê a sua esposa?

- Na irmã dela, a Sophie acordou com cólica, nenhuma das duas sabia resolver e pediram a ajuda dela.

- Maraisa gosta de crianças...

- É... ela escolheu pediatria por isso.

Começo a ficar irritada por não achar o que eu quero, e Gustavo percebe, e começa a rir de mim.

- Liga logo para a sua mulher.

- Não, eu consigo sozinha.

- Estamos atrasados.

- Não.

- Vai logo, Marília.

Bufo irritada e pego meu celular, ligando para a minha mulher, já que aparentemente eu não acho nada nessa casa.

- Oi, Lila.

- Oi, eu não estou achando os meus documentos - Falo devagar - Você sabe aonde está?

- Terceira gaveta do armário.

- Não tá, eu já procurei.

- Vê de novo, amor.

Mesmo eu falando que não estava, ela não acredita em mim, mas eu procuro novamente, e acho. Abro a boca para falar algo, mas não saí nada.

- Achou, Lila?

Se eu disser que sim, ela vai achar que está sempre certa e vai usar isso contra mim.

- Não...

- Que estranho, eu coloquei aí hoje de manhã - Ela fala confusa - Você vai sair agora? Eu não vou demorar para voltar, posso te ajudar a procurar.

- Não precisa, amor. Gustavo vai ir comigo buscar o presente do Léo, e depois nós voltamos.

Ela fica em silêncio, Gustavo é a última pessoa que eu me envolveria, não por questão de aparência, mas porque ele me irrita, em grande parte do tempo.

- Tá bom.

- Mara... você quer ir também?

- Eu não fui na psicóloga essa semana, eu preciso ir - Maraisa explica - E você tinha planejado ir com ele, não quero me intrometer.

- Eu te amo...

- Eu também te amo, Lila, mas agora eu preciso desligar.

- Tudo bem...

Ela está brava, Maraisa é muito insegura ainda, não a culpo, eu dei motivos para ela duvidar de mim, é uma consequência do que eu fiz.

- Vamos ter que pegar a estrada? - Pergunto para ele.

- Não sei, você que vai dirigir e está me obrigando a ir.

- Eu amo como você adora sair comigo - Falo irônica - Amo nossa amizade.

- Você me ama mesmo.

Reviro meus olhos e puxo ele para fora do meu quarto. Estamos atrasados. O aniversário do meu filho de três anos está chegando, e eu e a minha esposa, pensamos em dar um cachorro para ele, Léo sempre pediu um, então achamos uma boa ideia, para alguma coisa que deixe ele genuinamente feliz.