Esposa Troféu (Malila)

59.

Pov Maraisa

- Eu matei alguém - Falo entre lágrimas - Eu vim me entregar, eu não sou tão inocente assim.

- Quem é ela? - Um policial pergunta para o outro.

- Quem você matou? - Ele pergunta me olhando - Quando isso aconteceu?

O álcool mistura as informações, não consigo dar uma resposta fixa, tudo está embolado e eu não consigo pensar.

- Ele não está morto - Nego com a cabeça - Quer dizer, está, não está, ele está preso.

- É só uma bêbada - O homem fala - Tira ela daqui.

Outro homem me puxa pelos braços, mas eu vim até aqui e vou falar. Empurro o homem para longe e me sento na cadeira nova.

- Henrique Mendonça - Falo devagar - Eu... eu matei ele.

- Henrique Mendonça? - Ele pergunta rindo - O milionário que foi preso por sequestrar a irmã? Ele está vivo, senhora.

- Não... você não entende.

- Tira ela daqui.

- Me escuta, ele é uma pess-

Quando vou terminar de falar, outro homem me puxa pelo braço, me jogando para o lado de fora da delegacia.

Acordo assustada, só não consigo me levantar, por Marília, que está deitada em cima de mim. Tento tirar seus braços, mas ela resmunga irritada.

Me sinto segura de ter ela comigo, nossa discussão de ontem foi feia, bem feia, mas pelo menos nós resolvemos. Deixo um beijo na sua cabeça e tento sair da cama, para buscar meu notebook, quero sair dessa cidade o mais rápido possível.

- Amor, eu amo o seu grude - Falo para a minha esposa - Mas eu meio que estou tentando levantar.

- Não, fica aqui, Zoe dormiu, Léo também - Ela fala manhosa - Fica aqui comigo.

- Eu só ia buscar meu notebook, amor - Continuo tentando tirar seus braços - É rápido, amor.

- Mas eu quero você comigo...

Reviro meus olhos por tamanho drama e deito na cama novamente, recebendo a minha esposa nós meus braços. Marília beija o meu rosto, descendo para o meu pescoço.

- Ainda é cedo... - Ela fala passando a mão no meu rosto - Você não precisa trabalhar agora.

- Eu iria procurar uma casa, Lila...

Marília fica me olhando por longos minutos, até deitar no meu peito e parar com os beijos.

- O que foi, Lila?

- Achei que... achei que era só a bebida de ontem - Ela sorri fraco - Não achei que era definitivo.

Eu bebi demais, passei dos limites comigo mesma, mas eu não estava falando palavras vazias quando disse que queria me mudar.

- Você não quer fazer isso, Lila?

- Eu faço qualquer coisa para te ver feliz - Minha esposa dá de ombros - Mas não quero que você tome nenhuma decisão por impulso.

- Não é por impulso...

- Você tem certeza?

Não respondo, já tínhamos conversado sobre isso e decidimos ficar, mas eu não quero mais, ainda tenho a esperança de que se a gente se mudar, vamos ficar bem, longe de todo esse passado.