Pov Maraisa
- Ela pediu para te desligar desse atendimento que eu tenho com ela - A psicóloga fala me olhando - Marília disse que você não precisa mais acompanhar o seu processo.
- Mas ela não pode fazer isso - Falo irritada - E se acontecer alguma coisa?
- Marília é uma mulher adulta, Maraisa, claro que ela pode.
Marília sabe como é importante para mim acompanhar esse processo com ela, porque eu posso saber se ela está bem e se não estamos regredindo para anos atrás. Não consigo deixar de ficar chateada, mas foi uma escolha minha, não posso brigar com ela.
- Mas ela está melhorando? - Pergunto cabisbaixa - Ela está melhor?
- Eu não posso te responder isso, sinto muito, mas é falta de profissionalismo eu te contar - A mulher fala me olhando - Eu sinto muito, eu sei que você se importa com ela, é bonito de se ver, mas eu não posso.
- Tudo bem... obrigada de qualquer forma.
- Sem problemas.
Saio da sala da psicóloga e vou direto para o meu carro, só vim para cá no horário de almoço, Léo está com a Marília, por isso eu não me preocupo tanto. Decido ligar para Maiara, ver se o nosso plano esta indo como o combinado.
- Não, eu não consegui achar nada na casa dele - Maiara fala pela chamada - E olha que eu procurei.
- Ele deve ter jogado fora, faz muitos anos.
- Acho que não, o acidente foi recente.
- O acidente sim... mas os abortos fazem mais de dois anos.
Maiara estava na casa do seu cunhado e eu aproveitei isso para pedir para ela procurar alguma coisa suspeita, qualquer coisa, que possa nós ajudar. Isso está demorando mais que o programado, pelo simples fato que é muito difícil provar algo que aconteceu anos atrás.
- Eu estava pensando... vocês não pegaram nenhum exame de sangue que ela fazia?
- Sim... mas que diferença isso faz?
- Podemos saber se é algo que afeta diretamente no sangue dela, porque ela ficava semanas doentes depois disso.
- Ela ficava semanas doente por outros motivos... mais psicológico do que físico.
- É...
- Mas eu vou tentar pegar os exames de sangue.
- Tudo bem.
Desligo a chamada e vou direto para o meu turno, já me sinto cansada só de pensar que quando sair daqui vou ter que ir na minha casa, montar os móveis e depois ir na minha ex, buscar o nosso filho.
Bato o cartão e começo a fazer o que está sendo mandado. Hoje mais do que nunca parece que as crianças estão surgindo do chão.
- E por que a sua mãe te trouxe? - Pergunto para a menina - O que você está sentindo?
- Eu não estou sentindo nada - Ela dá de ombros - Ela que é chata.
Seguro a minha risada, sei que é errado rir desse tipo de gracinha, mas é incontrolável, principalmente porque a criança só faz isso devido a educação dos pais. A mãe da menina fecha a cara e olha para a menina irritada, que ela não faça escândalo aqui.
- Então você está bem?
- Estou, tia.
- Eu só vou fazer os exames de rotina e você já pode ir, tudo bem?
- Tudo bem...
Faço os exames na menina e não consigo deixar de reparar nas marcas de mãos no seu bracinho. Pelo seu jeito de agir, a mãe deve bater nessa criança, mas infelizmente, eu não posso fazer nada. Nada além de tentar fazer a criança feliz, nem que seja por alguns minutos.
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Esposa Troféu (Malila)
RomanceComo lidar com o fato de ser considerada um troféu pela sua própria esposa? Com o fato de você ser apenas um troféu? Apenas um objeto para ela? E como terminar um casamento, com uma pessoa que você tantou amou? O seu primeiro amor, a sua primeira pa...