20.

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Pov Marília

- Lila, já estamos a quase uma hora procurando, já procuramos nas ruas ao redor, nos restaurantes, no evento, ela não está aqui. Vamos embora.

- Eu não quero ir embora sem ela - Falo empurrando meu amigo - Maraisa está sem carro, não tem como ela ir embora.

- Eu não sei - Gustavo fala me olhando - A última vez que eu vi, ela estava saindo com o Henrique.

- O quê?

- É... os dois são amigos, não são? - Ele pergunta confuso - Eles pareciam amigos pelo menos.

Ela saiu com ele, por isso ela não está aqui.

Mesmo depois de tudo o que a gente passou, ela saiu com ele, não me procurou para ir embora, só foi. Concordo com a cabeça, tentando segurar o choro, mas não de tristeza, mas sim de raiva, que eu estou sentindo.

- Vamos embora - Falo para o meu amigo - Não vale a pena esperar ela.

- Tudo bem...

Gustavo me ajuda a ir até o carro, nunca pensei que o gesso fosse pesar tanto. Entro no carro e a minha maior vontade, é me jogar dele, para não ter que encarar os minutos sem a minha esposa.

O pior de tudo, é que eu achei que ela nunca mais iria procurar ele, eu confiei na minha mulher, coloquei minhas esperanças nela, eu acreditei, eu realmente acreditei, para nada. O que mais me machuca, é que combinamos de ser a nossa última chance, a última, se desse errado, não iríamos tentar mais. Então eu posso considerar esse o nosso fim?

Eu não consigo terminar com ela, me sinto um lixo por isso, mas não consigo.

Quero ter uma conversa séria, olhar nós seus olhos e perguntar para ela, o que aconteceu, mas do que vai adiantar? Eu me esforcei ao máximo, fiz coisas só para chamar a sua atenção, só para mostrar para ela que eu a amo, mais do que qualquer pessoa nesse mundo, mas com qual intuito? Ela sempre vai ir até ele de todas as formas.

Chegamos na casa e Gustavo me leva no colo, coisa que eu tentei negar, mas foi impossível. E mesmo orando em todas as línguas que eu conheço, ela não está lá, fui idiota de acreditar que sim.

Sento no sofá e coloco a minha cabeça nas minhas mãos, chorando, como dói, a pior dor que existe. Fiquei magoada, não por ter voltado para ele, mas por me fazer acreditar de novo em você.

Me dói pensar, que quando aconteça alguma mínima coisa, ela vê que talvez eu não seja tão boa assim, que meu irmão talvez seja melhor do que eu. Ele deve ser melhor do que eu, para ela procurar ele todas as vezes.

- Por que ela sempre faz isso? - Pergunto com a voz embargada - Qual o meu problema afinal?

Ele se aproxima de mim e me abraça, fazendo eu retribuir. As lágrimas começam a rolar, ainda no seu abraço. Pelo menos ele ainda está aqui, o único amigo que eu ainda tenho.

- Ela não te merece - Ele fala limpando meu rosto - Você é muito boa para ela.

- Ninguém me vê assim...

- Eu te vejo assim, Lila - Ele fala segurando meu rosto - Você sabe que sim...

Ele junta nossos rosto em um beijo, segurando meu rosto com força, descendo uma das suas mãos para dentro da minha calça. Empurro seu ombro para longe, mas ele força mais ainda esse beijo.

- Filho da puta.

Com um soco apenas, Gustavo cai no chão, me deixando paralisada. Quando olho para trás, Maraisa está com as mãos fechadas em punho e parte para cima do homem.

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora