Pov Maraisa
- Tá bom, Maraisa - Marilia fala ainda de costas para mim.
Ela está chateada, mesmo prometendo que ficaria com ela hoje, aconteceu algo inesperado e eu tive que adiar meus planos. Mesmo não querendo ir embora, preciso fazer isso pela minha família, depois de meses planejando, organizando, indo trabalhar com o meu advogado, chegou o grande momento.
Me aproximo dela e puxo minha esposa pela cintura, abraçando seu corpo por trás, sentindo seu cheiro que me acalma, encostando naquele corpo que eu tento amo, a minha mulher, mãe dos meus filhos.
- Te amo, Lila...
Ela está chateada, sei disso, mas depois de hoje, eu vou concentrar toda a minha atenção nela, totalmente na minha mulher. Beijo a sua nuca e com muita dificuldade afasto nossos corpos.
Saio da minha casa querendo chorar, queria grudar nos braços da minha mulher e nunca mais sair, mas alguns sacrifícios são necessários. Entro no carro e já ligo para o meu advogado.
- Já estou a caminho - Aviso ele - Os documentos, comprovantes, estão tudo certos?
- Estão, Maraisa - Ele fala rapidamente - Já estou a caminho também.
- Tudo bem... nós encontramos lá então.
Continuo dirigindo e tento me acalmar, nesse momento, não posso deixar os meus sentimentos e emoções tomarem conta do meu coração. Henrique vai pagar por tudo que ele fez, mas não agora, ele já está pagando por ser preso, mas no seu momento de liberdade, quando ele sorrir para a sela sendo aberta, quando ele pensar que esse pesadelo chegou ao fim, eu vou mostrar que não. Quero ele crie esperanças, que ele faça seus objetivos, sonhe e depois caia, se machuque, quero que ele sinta o gosto de perder algo que você tanto queria, igual ele fez comigo, quando arrancou os meus filhos.
Depois de quase uma hora, para chegar na penitenciária, estaciono o meu carro, um pouco longe, já vendo meu advogado me esperando com as papeladas na mão.
- Oi, está tudo aí? - Pergunto apontando para os papéis - Tudo?
- O comprovante do hospital, das casas do pai dele, tudo está aqui - Ele fala me olhando - Temos que torcer que ele vai acreditar.
- Henrique é burro, ele não pensa - Dou de ombros - Só temos que saber fazer ele denunciar o próprio pai.
- Já abrimos o boletim, temos as provas que ele participou, só falta o depoimento do Henrique.
- Vamos conseguir...
- Vamos...
Entramos na penitenciária e pedimos para falar com o preso, já que hoje é dia de visita. Eles nós guiam para uma sala, aonde tem várias pessoas e meus olhos passam pelo local, a grande maioria são mães com filhos pequenos, mulheres sozinhas, a maioria com grande pobreza, me dói o coração ver as crianças chorando ao ver o pai.
Quando Henrique se aproxima, eu fico em choque, ele emagreceu tanto, está com os olhos fundos, o rosto mais fino, totalmente abalado com o lugar. Ele me olha surpreso, nem eu imaginária que estaria aqui hoje.
- Que prazer te receber, Maraisa - Ele fala com sarcasmo - Queria muito te ver, o que devo a honra?
- Nós queremos fazer um acordo com você - Meu advogado fala rapidamente - Por isso estamos aqui.
- Não quero acordos - Ele fala me olhando - Ah não ser... se for um acordo bom.
Seus olhos passam pelo meu corpo e eu só sinto nojo, mesmo com tudo que aconteceu, ele não mudou nada.

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Esposa Troféu (Malila)
RomanceComo lidar com o fato de ser considerada um troféu pela sua própria esposa? Com o fato de você ser apenas um troféu? Apenas um objeto para ela? E como terminar um casamento, com uma pessoa que você tantou amou? O seu primeiro amor, a sua primeira pa...