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Pov Maraisa

Acordo mais cedo que Marília, ontem quando estávamos na cidade, eu vi uma floricultura e eu quero comprar um buquê de flores para a minha mulher, por isso já me troquei e vou aproveitar para fazer a minha corrida matinal.

O lugar é tranquilo, ontem tinha bastante pessoas nas feiras, todas parecem simpáticas, se aqui não fosse longe de tudo e principalmente da minha família, eu iria adorar morar nessa cidade.

Coloco uma roupa de ginástica e meus fones de ouvido, arrumo meus sapatos e me preparo para ir.

Marília dorme igual pedra, a gravidez está prolongando a duração do seu sono. Antes de sair eu deixo um beijo na sua bocheca e cubro o seu corpo, alisando a sua barriga antes de cobrir.

Saio pela praia e vou correndo até a cidade, que não é muito longe. A praia é linda, é maravilhoso sentir o cheiro do mar logo pela manhã. Só consigo pensar em como Léo vai ficar feliz quando ele chegar.

Em menos de quinze minutos eu chego na cidade, mesmo de manhã, tem várias pessoas na rua, algumas sorriem para mim, outras me ignoram e eu procuro a floricultura que eu vi ontem de tarde.

Pego o buquê de rosas e vou pagar o homem, mas ele me olha e tira da minha mão.

- Casada? Ou namoro?

- Casada... - Respondo sem entender - A mais de sete anos.

- Brigou? Ou presente?

- É presente, queria fazer algo de especial, minha esposa está grávida.

Ele entra para dentro da loja, eu não entendo, mas espero o homem voltar. Quando ele volta, me entrega um buquê de tulipa e faz um laço branco, amarrando as flores todas juntas.

- Por que tulipa? - Pergunto confusa.

- Significa o amor perfeito - Ele me entrega - Rosas é para namoro, namoro acaba.

- Casamentos também.

- Não acaba, nunca acaba, se você se divorciar, você nunca mais vai ser solteiro e sim divorciado e se perder a pessoa, vira viúvo.

- É...

Pago o buquê de flores e vou embora da loja, feliz com a minha escolha, minha esposa vai gostar. Compro mais algumas coisas para ela na feira, quero acordar ela com algo especial, mesmo sabendo que seu humor não vai estar muito bom.

Quando estou voltando, sinto alguém me olhando e quando viro para trás, não acho ninguém de suspeito e eu apenas continuo andando.

Mas eu ainda me sinto vulnerável, paro de andar e mudo a minha rota, até começar a escutar passos atrás mim.

Olho para traz e vejo que estou sozinha na rua e começo a correr e os passos que estavam devagar, começam a acelerar e eu tento correr o mais rápido possível.

Me escondo em qualquer beco e abaixo, as lágrimas começam a descer pelo meu rosto, o medo de semanas a trás está voltando.

" - Ela roubou você de mim - Ele grita comigo - Você é a minha mulher.

- Eu nunca fui sua, seu doente.

Ele me segura com força pelos braços e olha nós meus olhos.

- Você nunca vai ter filhos com ela, era óbvio que eu nunca iria deixar.

- Então você admite que matou os meus filhos?"

Meu estômago começa a embolar, corri mas do que conseguia, a falta de ar se faz presente e as minha mãos começam a ficar trêmulas.

- Aqui não, meu Deus - Começo a chorar baixinho - Aqui não, por favor...

Esposa Troféu (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora