Visita? ||cap 2

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Inferno de vida!

Eu realmente não aguento mais viver nessa família!

Mesmo morando em um apartamento sozinha e um pouco longe da casa deles, minha família não me deixa em paz.

São exatamente 7:40 da manhã e minha irmã que é casada resolveu me acordar para ajudar ela na preparação para a festa de aniversário de George, meu sobrinho.

Eu só queria aproveitar um pouquinho do meu domingo fora da faculdade. Tenho pouco tempo de sobra para mim, ou estou fazendo trabalhos da faculdade ou tentando me tornar uma pessoa boa o suficiente para a sociedade. Então não sobra muito tempo para mim.

Amo George, ele é uma criança bem calma e um amor. Mas quando se trata da mãe dele me acordar para gastar todo meu fôlego em balões, minha paciência em por doces em sacolas de lembrancinha, isso faz eu odiar ele por querer uma festa de aniversário.

- Katherine - Elisa me tira dos pensamentos - Por que você está com essa cara? Ficará com rugas muito cedo.

Termino de encher o balão para responder.

- Talvez porque você tenha me acordado cedo para encher balões? - Elisa revirou os olhos e respirou fundo - Isso não é coisa que se faça, lisa!

- Não começa Katherine - ela diz, se levantando e indo em direção a sacola cheia de bugigangas para a festa. - Você não deveria reclamar sobre isso. Além de ser a festa do seu sobrinho e uma festa de aniversário infantil.

Pelo amor de Deus, eu gosto de festas infantis para comer, e não para ajudar na decoração.

- Onde está Gregori? - questiono sobre meu cunhado, marido de Elisa - ele não deveria está ajudando com isso também? - ele é pai do George, ele deveria estar ajudando nessa festa.

Nem sei porque perguntei, as respostas de Elisa sempre são as mesmas.

" Ele está trabalhando." Ou "Ele passou a noite no trabalho e está dormindo"

São sempre as mesmas respostas, e eu não como a Elisa ainda não o confrontou sobre isso. Acho que deve ser angustiante isso. Ser casada, mas não ter seu marido para você. É por isso que eu não quero me casar antes dos trinta.

- Ele precisou ficar no trabalho, só vai chegar depois do almoço. - ela diz com a voz robótica para suas respostas.

- Imaginei... - resmungo baixo para ela não ouvir e começarmos uma discussão.

Decido não tocar mais no assunto da festa, nem do marido dos outros. Mas com essa ação vieram os pensamentos do que farei sobre a minha mentira no jantar.

Fico tanto tempo pensando nisso que acabei enchendo o balão demais e ele acabou explodindo em minha boca.

- Porraputaquepariucaralho- descarrego todos os xingamentos que me vem à mente em português.

Minhas irmãs e eu temos dupla nacionalidade, minha mãe nasceu e cresceu no Brasil, mas quando conheceu nosso pai em um aeroporto internacional a sua vida mudou. Ela diz que foi a melhor coisa da vida dela.

- Que susto, Katherine Salazar - minha irmã sai da cozinha correndo para ver o que aconteceu, ela está com a mão no peito por conta do susto - Pensei que fosse uma das bombas que comprei para o fim da festa.

Por que alguém compraria bombas para uma festa infantil? Meu Deus, só Elisa mesmo.

- Bombas e crianças não dão certo, Elisa - digo me levantando ainda com o coração acelerado devido ao susto recente.

Elisa parece pensar na minha fala.

- Você tem razão, mana - Sempre tenho, amore - Então vou deixar as bombas para quando formos visitar nosso padrinho no Brasil em junho.

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