UM MÊS DEPOIS
— Estamos atrasados, sabia? — digo séria, tentando fechar o zíper do meu vestido. — Pode ver se meu vestido está totalmente fechado?
Em um movimento sinto os dedos de Oliver terminando de subir o zíper.
No último mês estamos matando bastante nossa saudade. Tanto com conversas e encontros, tanto com sexo.
Por sorte desta vez conseguimos manter nossas roupas no corpo, ou melhor, parte delas. Esse quase sexo veio logo depois de uma grande conversa sobre o documento sobre as séries da DC.
— Não há problema se chegarmos atrasados, meu amor. — me viro abruptamente para sua direção. Oliver continua deitado com os braços cruzados atrás da nuca relaxado.
Seu abdômen está exposto, forçando-me a sair pelo quarto caçando sua camisa branca social.
— Vamos conhecer seus pais, Oliver. — Estico a camisa em sua direção, mesmo demorando para pegar o tecido de minhas mãos Oliver a toma.
Williams finalmente levanta da cama e anda em direção ao grande espelho do meu quarto.
— Você já os conhece, esqueceu? Só vamos reencontrar eles.
— Mas eu os conheci quando éramos apenas Oliver e Katherine, os namorados falsos.
— Eles vão entender se chegarmos atrasados, KitKat. — Lentamente Oliver se aproxima de mim novamente. Abraçando minha cintura e agarrando meu corpo junto ao seu — Somos jovens, cheios de energia… — a cada palavra ele dá beijos entre meu pescoço e rosto.
Seus beijos tentam avançar, mas novamente quebro o contato.
— Então é melhor você guardar sua juventude e sua energia para quando chegarmos do jantar. — deposito um leve beijos em seus lábios manchando-os de vermelho.
Como uma criança birrenta Oliver revira os olhos.
— Bruxa.
— Sou.
Passo por ele e de repente minha bunda arde por causa de um tapa.
Arregalo os olhos e esfrego o local.
— Uma bruxa gostosa para um caralho.
— Tarado.
— Só por você.
Desta vez é a minha de revirar os olhos.
Tirando meu celular do carregador verifico o horário e oficialmente estamos atrasados.
— Vamos logo, Oliver Williams.
— Vamos, minha dona.
Chegamos ao carro e, enquanto Oliver se acomodava no banco do motorista, eu tentava me acalmar.
— Sério, Oliver, eu quero causar uma boa impressão. Não quero que seus pais pensem que não nos importamos.
Oliver deu partida no carro e sorriu, lançando-me um olhar tranquilizador.
— KitKat, eles já adoram você. Não se preocupe tanto.
Durante o trajeto, meu nervosismo começou a diminuir. Oliver sempre tinha essa capacidade de me acalmar, de me fazer sentir que tudo ficaria bem.
Finalmente, chegamos ao restaurante que marcamos o jantar. Oliver estacionou o carro e, antes de sairmos, segurou minha mão.
— Pronta?
Respirei fundo e sorri.
— Pronta.
Com o fim da minha fala Oliver ainda continua segurando minha mão enquanto parece gravar cada detalhe do meu rosto.
— Oliver? O que foi?
— Eu nunca perguntei…
— O que? — franzo as sobrancelhas — Está tudo bem?
Estou tentando não rir de nervoso.
— Eu nunca perguntei se você quer ser minha namorada. — ele diz sério.
Uma gargalhada corta minha garganta, tento controlar as risadas para dizer:
— Achei que isso era meio óbvio!
— Besta. — Respirando profundamente Oliver toma meu rosto com suas mãos enormes, forçando meus olhos se grudarem nos seus. — Namora comigo, KitKat? — Pede ele, as luzes dos postes iluminam nos dois.
Não há dúvidas para essa pergunta, mas eu amo provocá-lo.
Mordo os lábios em uma falsa ação de dúvida e finalmente o respondo.
— Sim, meu amor! Namoro!
— Eu te amo, Katherine Salazar.
— Eu te amo, Oliver Williams.
Com um beijo caloroso meu coração se enche de Oliver Williams.
Nunca imaginei encontrar amor em uma farsa, nunca imaginei encontrar o amor em Oliver Williams. O capitão do time de hóquei, o cara que imaginei nunca conseguir parar de odiar atitudes de outra pessoa totalmente diferente dele.
Nosso relacionamento começou como um face-off no hóquei. Nos colocamos frente a frente, por escolha, uma farsa criada para um propósito específico. No início, tudo parecia um jogo, uma disputa para ver quem conseguiria controlar o disco da mentira que nos unia.
Com o tempo, começamos a conhecer os movimentos um do outro, a entender as estratégias por trás das ações. Justo quando estávamos começando a encontrar um ritmo, o jogo foi interrompido. Uma infração emocional, uma pausa, um erro.
O jogo parecia ter parado, o gelo vazio e frio sem a presença um do outro. Mas, assim como no hóquei, onde o face-off reinicia a partida, voltamos a nos encontrar no centro do rink, prontos para tentar novamente, com honestidade desta vez.
Agora, estamos juntos, não mais por mentira, mas porque escolhemos estar. O jogo continua, mas agora jogamos no mesmo time, prontos para enfrentar qualquer adversidade que venha. E assim, o face-off que uma vez simbolizou uma farsa e uma interrupção se transformou em um novo começo, uma chance de jogar pelo que realmente importa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐅𝐀𝐂𝐄 𝐎𝐅𝐅
RomanceKatherine Salazar, uma jovem de 20 anos, sempre acreditou que sua vida amorosa é assunto dela e apenas dela. No entanto, uma noite de jantar em família se transforma em um campo minado quando sua avó começa a fazer perguntas persistentes sobre seus...