Quatro dias depois e aqui estou, tentando me preparar para cair na cova dos leões. Calço meus saltos com uma mistura de ansiedade e incerteza sobre o que pode acontecer hoje. Oliver já me mandou mensagem dizendo que já estava chegando.
Dando tempo apenas para eu terminar de passar meu perfume, dou os últimos toques no vestido e ando até o saguão do meu prédio. Oliver está parando na frente, esperando por mim. Ele veste uma roupa casual e ao mesmo tempo elegante, claro que foi escolha minha.
Me aproximo dele, e logo sinto o aroma amadeirado que insiste em sempre estar em meus pensamentos.
— Katherine Salazar, você está… — ele suspira e passa sua língua pelo lábio inferior — Incrível.
Sorrio de forma confiante, mesmo que eu esteja muito tensa, e dou uma voltinha para mostrar o vestido. O comprimento dele vai até a metade das minhas pernas, uma pequena fenda acompanha até o meu joelho. O tom bege se sobressai na minha pele.
— Você está muito arrumadinho. Já conseguiu beijar outra mulher no caminho? — Ergo as sobrancelhas.
Oliver revira os olhos e dá um passo à minha frente.
— Felizmente não beijei ninguém.
— Felizmente?
Com seu sorriso cafajeste, Oliver segura minha cintura e sussurra no meu ouvido.
— Felizmente porque assim minha boca será toda sua essa noite. — sua voz rouca e baixa me faz arrepiar — Gosta da ideia?
Respirando com dificuldade, respondo com a voz trêmula. Odeio esse efeito Oliver.
— Vamos. Já devemos estar atrasados.
Oliver ri e me acompanha até o carro. Todo o trajeto até seu carro ele faz questão de permanecer ao meu lado e com a mão na base do meu quadril.
As ruas movimentadas da noite de domingo em Boston prende toda minha atenção. A casa dos meus pais é em uma distância considerável da minha casa, então a cada segundo que se aproxima fico mais nervosa.
— Não precisa ficar nervosa, KitKat. — Sinto a mão de Oliver na minha coxa descoberta pela fenda do vestido. — Eu vou estar com você o tempo todo. Dará tudo certo.
Puxo o ar para os meus pulmões e o encaro.
— Eu não estou nervosa — minha voz sai baixa. Oliver ergue as sobrancelhas e me encara também.
— Não? — nego com a cabeça. — Então por que você está mordendo o seu lábio toda hora ou por que não para de estalar seus dedos?
Quando ele terminar de falar, eu percebo que estou fazendo isso. Então, de imediato eu paro de morder meus lábios e de estalar meus dedos.
— Merda. Tudo bem, eu estou nervosa e eu também sei que você estará lá comigo, — volto meu olhar para a rua e percebo que já estamos chegando. — mas não sei se tudo dará certo essa noite.
— Por que não daria? — Ele pergunta enquanto faz a última curva para entrar na rua onde meus pais moram.
— Não sei… eu só não estou confiante o suficiente para essa noite. — suspiro e deito minha cabeça do encosto do banco.
— Eu vou estar com você a noite inteira, Katherine. Não precisa ter medo.
Encaro seus olhos e engulo o sentimento ruim que insiste em sempre formar na minha garganta.
— Tudo bem. — elevo minimamente os cantos dos meus lábios. Solto o ar pela boca, quando vejo o jardim da casa dos meus pais.
Quatro metros a frente, Oliver estaciona o carro. A casa com a fachada típica de casas suburbanas é onde em cresci. Memórias de todos da família estão guardadas em arranhões, plantas, chão ou qualquer coisa dentro do terreno da casa.
Muitas vezes o meu refúgio, mas grande parte da minha vida eu quis fugir desse lugar. Família boa, porém com frases que destroem sua saúde mental.
Fecho os olhos e volto a minha conversa com Oliver. Ele estará lá. Ele estará comigo.
Oliver desliga o motor do carro e tira o cinto.
— Está pronta? — pergunta ele olhando para mim. Sinto o calor da palma de sua mão no meu braço.
Sorrio falsamente, mas será esse o sorriso que darei a todos essa noite.
— Estou.
Antes que eu abra a porta do passageiro para sair do carro, Oliver me interrompe. Rapidamente ele desce do veículo e o circula para abrir a porta para mim. Esse pequeno ato fez meu coração pular de alegria.
— Obrigada. — depósito um beijo próximo aos seus lábios, quando já estou de pé. O vento frio passa por nós, me deixando um pouco arrepiada.
Andamos de mãos dadas até a porta frontal da casa. Exito por um momento em apertar a campainha, mas me recomponho e finalmente meu dedo entra em contato com o objeto frio e metálico.
Engulo novamente o bolos e ansiedade que cresce na minha garganta, como se Oliver estivesse fazendo parte de mim, ele reconhece meu comportamento. Como apoio, ele aperta minha mão, me trazendo mais uma vez a confiança.
Confiança essa que eu não sei em que momento perdi.
Não demora muito para a porta ser aberta, a pessoa que a abre é Poppy, minha irmã mais nova.
— Kat — a voz alegre da minha irmã atravessa meus ouvidos. Sou puxada para dentro da casa com um abraço dela.
— Poppy, você está me sufocando. — Me afasto do seu abraço de urso com muita dificuldade. Olho para trás e Oliver continua plantado na frente da porta, no seu rosto há um sorriso.
Respiro fundo e puxo meu “namorado” para o meu lado.
— Bem, esse é o Oliver. Se comporte por favor. — Minha irmã sorri de forma amigável e puxa Williams para um abraço também.
Poppy Salazar e sua compulsividade por abraços.
— Como é bom finalmente te conhecer, Oliver. Sinta-se em casa. Não tanto, já que Katherine está aqui. — ela baixa o tom da voz, como se eu não conseguisse a ouvir — Ela costuma ser um tanto… chata.
Oliver ri e também entra nos sussurros falsos.
— Não sei como eu aceitei namorar com ela. — Inacreditável. É a palavra que descreve o que eu acabei de ouvir.
— Aceitou namorar comigo? É sério? — Praticamente rosno as palavras — Você que implorou para eu aceitar você, se manca Williams.
Ele ri e beija minha bochecha.
— Tudo bem, você está certa. — Elevo minhas sobrancelhas convencidas.
Lembro da minha irmã quando ouço seu suspiro e um som de admiração.
— Vocês são tão lindos. Casem!
Casar com Oliver. Parece piada, eu até estaria rindo, mas parando para pensar eu passaria minha vida com Oliver. Eu acordaria todos os dias ao seu lado, eu amaria ser a pessoa que ele beijaria a todo final de jogo, eu amaria ter ele como meu marido.
Merda. Não, isso não. Coração você está muito errado nisso. Você tem que estar errado.
Nenhum dos dois dá uma resposta a Poppy. Isso dá brecha para entrarmos na casa e finalmente eu partir para a guerra.
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Voltei 😜
Gostaram do capítulo de hoje? Espero que sim.
Demorei para trazer esse capítulo por conta de que estava tendo problemas na minha escrita. Agr nas minhas férias vou tentar escrever um pouco mais, infelizmente estou me sentindo um pouco enferrujada. Mesmo que eu sempre escreva algo, enfim né.
Não esqueçam de votar e comentar 💜🤏
Obrigada por lerem até aqui, beijos 😘
Capítulo não revisado ⚠️
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𝐅𝐀𝐂𝐄 𝐎𝐅𝐅
RomanceKatherine Salazar, uma jovem de 20 anos, sempre acreditou que sua vida amorosa é assunto dela e apenas dela. No entanto, uma noite de jantar em família se transforma em um campo minado quando sua avó começa a fazer perguntas persistentes sobre seus...