Não cite meu nome! || Cap 43

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Depois de quase uma garrafa de vinho, filme com minha melhor amiga e uma noite de sono no meu sofá, o dia seguinte foi uma porra. Talvez tenha sido um dos dias que eu fiquei mais deprimida, e olha que já tive alguns bem ruins. Passei o dia me arrastando pelo meu apartamento de pijama. Faltar aula definitivamente não está na minha lista de “ como superar um pé na bunda” não está mesmo, porém não consegui pensar em um modo de pisar naquele lugar.

Contudo, no segundo dia sem o cachorro fujão - percebi passei a chamar Oliver assim -, consegui levantar da cama e estudar. Fiz de tudo para evitar os mesmos lugares que Oliver. Também esperei pessoas comentando sobre o que aconteceu entre nós, mas lembrei que eu estava pouco me fudendo.

No terceiro dia, a minha ficha caiu. Eu fui rejeitada pelo cara que imaginei ser um príncipe encantado, o cara que contei segredos. Nesse dia, troquei a bebida por pizza. Também foi o dia que minha mãe escolheu me visitar, claro que ela percebeu minha feição abatida porém não entrou em detalhes. O que eu dei graças a Deus.
Conversamos sobre minha faculdade, sobre minhas irmãs, comida, uma próxima reunião família e assim foi.

No quarto e quinto dia foi normal. Por esses dias me esqueci de tudo, fiquei tão ocupada com os trabalhos da faculdade e com um possível estágio em um hospital de prestígio que eu não me dei o trabalho de me relembrar o ocorrido.

Porém, infelizmente, no sexto dia, também conhecido como ontem, Oliver tentou contar comigo. Eu não consegui olhar para seu rosto, apenas virei as costas e o evitei até o fim do dia. Eu sei que para uma pessoa que disse que o tinha esquecido é uma reação suspeita, mas vai por mim, isso é completamente normal.

Hoje é sábado, o dia que eu me deixo dormir até tarde e faço tudo que me deixa relaxada. Estou conversando por telefone com Lily a algumas horas, significando que vários nomes já passaram por nossas bocas e muitos assuntos já foram abordados.

— Como você está? — Minha amiga pergunta do outro lado da linha. Uma pergunta muito aleatória.

— Eu estou bem, e você sabe disso. Não precisa me perguntar a cada dois segundos.

Reviro os olhos, mesmo sabendo que ela não conseguirá ver.

— Eu sei, mas eu me preocupo com você. Tipo, você é meio lê lê da cabeça.

— Vai se lascar, Lily. Eu sou normal.

— Normal sou eu, você é no mínimo fora do padrão mental comum.

— Me deixa calada, sua vaca.

Ouço minha amiga rir pelo auto falante. Respiro fundo e tomo coragem para levantar da cama e ir tomar banho.

— Amiga, eu vou tomar banho e dessa vez não quero ouvir você falar seu relacionamento com o Bryce. Obrigada.

Antes de Lily responder, três batidas na minha porta me chamam a atenção. Estranho, já que o porteiro não me ligou para avisar que tinha alguém vindo.

Que merda.

Espero que seja Elisa, estou precisando de uma empregada para arrumar minha casa e trazer vinho.

— Espere na linha, daqui a pouco você me xinga. Tem alguém batendo na porta.

Ando a passos preguiçosos e me resguardo a olhar quem é a pessoa no olho mágico. Grande erro, grande e maldito erro.

Com olheiras fundas, olhos que antes tinham um brilho dourado está apagado, rosto cansado e ombros caídos. Oliver Williams está acabado.

Sem esperar dois segundos, fecho novamente a porta e me afasto dela como se isso me queimasse.

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