Não pode acontecer || Cap 38

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— Pessoal, eles chegaram! — Poppy praticamente grita avisando a todos.

Vejo um dos pentelhos da família, também conhecido como George, correndo até a minha irmã e a puxando para andar mais rápido, porém antes disso ele comprimenta Oliver.

— Oi, Oliver. — Agarra o braço da minha irmã — Tchau, Oliver. — termina de afastá-la de nós.

A mão de Oliver aperta o meu braço, um aperto gentil e quente. Solto todo o ar dos meus pulmões.

Pensar nas próximas horas e conversas que podem haver, me deixa mais tensa. Decido tentar ignorar tudo isso, pois sei que se eu continuar com essa tensão, irei acabar com tudo em poucos minutos.

O toque de carinho é como uma brisa do mar, para mim, o toque de Oliver no momento é como o mar na sua mais alta serenidade.

Seus dedos traçam círculos pela pele  do meu pulso em movimentos lentos e preguiçosos, calmantes.

— Relaxa, amor. — ele diz próximo ao meu ouvido.

Mais uma vez Williams tira a tensão que eu não sabia que estava carregando. 

Oliver suspira e segue acariciando a minha pele. Meus ombros vão relaxando aos poucos, fazendo até que eu respire devagar e não me perca em pensamentos.

Chegamos na porta da sala de jantar, ninguém percebeu nossa presença ainda, então por alguns segundos Oliver agarra minha cintura e sussurra em meu ouvido:

— Nós vamos conseguir! 

Eu quero acreditar nisso, muito. Mesmo eu sabendo que está aqui comigo, me apoiando, não sei como iremos sobreviver a minha família. Mas quando respiro o perfume que tanto amo e deixo que sua voz vague por minha mente, me rendo.

Agora, somos nós contra os leões.

Quando a cabeça da minha mãe se vira, minhas tias seguem esse caminho, tios e finalmente minha avó. Tudo em mim se solidifica. É como uma camada de concreto, me cobrindo e construindo uma peça pesada.

Mas é quando o calor do toque de Oliver, que era emanado para mim se afasta por um instante, o bastante para se apresentar às mulheres que considero da minha vida.

Vendo Oliver se apresentando para minha avó, mãe e tia. A pecinha se alojou no meu coração. Fazendo-o até doer. Assim que ele volta a segurar minha mão, sinto um beijo suave sendo depositado no topo dos meus cabelos. 

***

Me surpreendendo, está tudo ocorrendo bem. Depois de toda a demora de Oliver se apresentar a minha família, esperar algumas pessoas chegarem e o atraso do jantar pelo motivo de minha mãe estar mais interessada em Oliver, finalmente estamos todos à mesa. Ninguém ainda — importante ressaltar a palavra “ainda” — fez perguntas vergonhosas ou falou algo que me fez ter vontade de me enterrar viva. 

Com sorte, posso conseguir ir até o fim dessa tortura e sair viva. Levando Oliver comigo, é claro. Não sou tão má de deixá-lo com essas pessoas. 

Eu as amo, mas conviver 24 horas com ela é igual a tortura chinesa. 

Estamos todos sentados em uma mesa, que parece ser maior do que da última vez que fiz uma refeição aqui.  Olhando pela janela, consigo enxergar a chuva fina que cai do lado de fora. 

Um toque que eu reconheço, me causa arrepios.

A voz baixa e um pouco rouca de Oliver, faz meu coração dar cambalhotas. 

— Você está bem? Ficou quieta de repente.

Balançando a cabeça, bebo um gole do meu vinho e olho para ele. Oliver está a apenas centímetros do meu rosto, não havia me assustado com tamanha proximidade antes, mas agora parece que somos enormes no meio de tantas forminhas. 

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