Margarida já havia posto a mesa para o café da manhã. Ela havia caprichado tanto, que Olívia ao descer as escadas, admirou-se com ela lotada de frutas, pães, café, leite e frios.
— Nossa, isso tudo por causa de André?
— Deixe de falar asneiras. — Respondeu Margarida, colocando em cima da mesa para finalizar, um pacote de biscoitos e um tablete de manteiga.
Nesse exato momento, batidas na porta soa pelo recinto e Olívia segue em direção para abri-la.
— Bom dia, Olívia.
André estava usando uma camiseta social branca e uma calça bege, com sapatos de couro. Consigo trazia uma mala.
— Bom dia, André!
Ambos sorriram ao se verem, e Olívia fez sinal para que ele adentrasse.
— Bom dia, dona Margarida.
— Bom dia, querido. Espero que esteja com fome.
— Sinta-se lisonjeado, André. A mesa que ela preparou, eu nunca vi em toda a minha vida.
Margarida apenas revira os olhos.
— Agora você não é mais a predileta. — André diz, num tanto irônico.
Olívia dá um tapinha em seu ombro e os três seguem para se sentarem à mesa.
— Realmente está tudo muito bonito, dona Margarida. Fico muito agradecido.
— Não precisa agradecer, meu filho. Você merece, depois de tanto tempo longe.
Olívia passa a faca para André, depois de ter cortado um pão pela metade.
E passaram a manhã em desjejum, na companhia um do outro, colocando o papo em dia.
Quando terminaram e estavam retirando a mesa do café da manhã, Margarida comentara:
— Padre Euclides vai estranhar a nossa falta no bazar hoje, Olívia.
— Eu também pensei sobre isso. Mas nunca faltamos. E hoje foi por um bom motivo. — Olívia termina a frase, olhando caridosamente para André, que lhe retribui o olhar.
— É verdade. Mas na missa iremos, com certeza.
Olívia não confirmara presença, mas Margarida entendera como um sim.
— A biblioteca é aberta hoje? — Pergunta André. — Queria devolver o livro que peguei.
— É sim, mas até uma da tarde.
— Você me faria companhia?
— É claro. Preciso devol... — Olívia caíra na real, reformulando o que iria dizer — ...pegar outro livro.
— Você não pegou a última vez que foi, querida?
— Não. Acabei me esbarrando com André e ficamos conversando. Acabei esquecendo.
Margarida, pegando os últimos utensílios de cima da mesa, segue para a cozinha para colocar tudo em ordem.
— Foi por pouco, hein?
— Verdade. Quase deixo escapar. Ela não tem o costume de perguntar quais os livros que pego. Bem, às vezes. Então é melhor me prevenir. Mas, realmente, preciso pegar outro livro. Já o terminei. Só que dessa vez vou pegar dois. Um para disfarce e o outro é o que vou ler de fato.
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O Poder do Perdão - Pelo Espírito Amélia
SpiritualOlívia sempre carregou a dor do abandono. Quando era apenas uma criança, seu pai, Eusébio, deixou-a e sua mãe, Margarida, sem explicações. Anos de dificuldades e turbulências moldaram a vida de Olívia, que cresceu com um coração cheio de mágoa e rai...