Olívia se aproximava do centro e ao longe, conseguia ver uma figura conhecida, que estava colocando uma chave na tranca do portão.
— Boa noite, irmã Elaine. — Anunciou ela.
A mulher de cabelos curtos e vermelhos virara instantaneamente, conhecendo de imediato a voz que lhe falava.
— Olívia, querida! Que bom te ver.
— Sei que não deveria estar aqui, mas o seu Getúlio...
— Fique tranquila. Ela já me passou tudo. Vamos entrar?
Elaine abre o portão e ambas adentram o centro. Ela vai logo apertando os interruptores, acendendo as luzes do recinto.
— Você me ajuda?
— Com o quê?
— Bem, aquelas jarras de água, as encha lá na cozinha por favor, e as ponha na mesa, está bem?
— Ok.
Olívia deposita sua pequena bolsa em uma das cadeiras vagas e faz o que Elaine pedira.
Ela logo volta com as jarras cheias, colocando-as cada uma numa ponta da mesa, onde continha copos descartáveis em bandejas pequenas.
Enquanto Elaine arrumava algumas coisas dentro da cômoda que se encontrava perto da mesa, Olívia perguntara:
— Irmã Elaine, posso lhe fazer uma pergunta?
— Claro, querida.
— Por que aos sábados os trabalhos mediúnicos aqui são, digamos, fechados para o público?
— Olha, na verdade, antes não eram fechados, mas por ordem da mentora espiritual da casa, acabou sendo.
— Entendo. Mas o que se faz hoje, por exemplo?
— Hoje fazemos o auxílio aos irmãos sofredores.
— Os que já partiram?
— Isso mesmo.
— Quando vim pela primeira vez, o irmão Getúlio disse que as reuniões de sábado começariam ser privadas. Por quê?
— Essas reuniões precisam ter grande sustentação, para que o trabalho ocorra sem problema algum. E muitas das vezes, quando esses irmãos se manifestam, acabam por estar revoltados e isso desperta a curiosidade dos assistidos, ou até mesmo receio.
— E o que isso atrapalha o trabalho?
— É preciso estarmos em preces e totalmente concentrados, para que possamos doar fluidos salutares aos irmãos espirituais.
— Entendi.
Nesse momento, Carlos e Eleonora passam pela porta, adentrando o saguão.
— Boa noite! — Exclama o casal às duas.
— Boa noite, meu queridos! — Diz Elaine.
— Boa noite, doutor Carlos. Dona Eleonora!
— Precisam de ajuda para alguma coisa? — Pergunta Carlos.
— Acredito que não, meu querido. Por enquanto, o que precisamos já está aposto. Logo, logo os médiuns devem chegar.
E nesse instante, Getúlio passa pela porta, exclamando um boa noite, que foi respondido por todos em um coral.
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O Poder do Perdão - Pelo Espírito Amélia
EspiritualOlívia sempre carregou a dor do abandono. Quando era apenas uma criança, seu pai, Eusébio, deixou-a e sua mãe, Margarida, sem explicações. Anos de dificuldades e turbulências moldaram a vida de Olívia, que cresceu com um coração cheio de mágoa e rai...