O Poder do Perdão - Pelo Espírito Amélia

Capítulo 38

— Como está, Eusébio?

Eusébio se encontrava em uma linda praça, onde várias flores, rosas e até mesmo jacintos enfeitavam a grama, trazendo uma paleta de cores variadas no meio do verde.

Ao seu lado, Laércio se encontrava parado, como se esperasse o amigo notar sua presença.

— Eu estou bem, graças a Deus.

— É bom de ouvir isso. E como foi o reencontro com Margarida?

Nesse momento, como se houvesse tido um clique na cabeça, um sorriso se forma nos lábios de Eusébio, lembrando de como era bom estar ao lado de Margarida e como foi maravilhoso o abraço sincero e amigável que ela lhe dera.

— Eu não sei nem o que dizer. Criei muitas expectativas, não nego, mas foi bem melhor do que poderia desejar. Só de receber seu perdão, já me sinto de alma lavada, sabe?

— Eu entendo, meu amigo. E fico muito feliz por isso, de verdade.

Ao contrário das outras vezes, eles se encontravam sozinhos na praça. A alguns metros de distância, um coreto podia ser visto.

— Aonde estamos? — Perguntou Eusébio para Laércio, como se aquele lugar não lhe fosse estranho.

— Você já esteve aqui antes. Apesar de que não está da mesma forma como o conhece, claro. Acaba tendo algumas mudanças, quando se está desse lado, se é que me entende.

— Espera... Essa é a Praça dos Jacintos?

— Acertou, meu amigo.

A tela mental de Eusébio começou a refletir lembranças das tardes de final de semana que passava com Margarida e Olívia. Da época em que aproveitava a companhia das duas, brincando, tomando sorvete e vendo a noite chegar aos poucos.

— Será que vou conseguir, Laércio?

— Conseguir o quê?

— O perdão de Olívia? Margarida disse que se fosse por ela, não tinha nem respondido minha carta.

— Só Deus sabe disso, meu amigo. Mas não podemos perder a esperança e a fé. E outra... Olívia ainda sim carrega uma certa mágoa dentro de si, mas nesse tempo vem mudando sua forma de agir e pensar.

— Como assim?

— Margarida não lhe contou, mas ela está frequentando um centro espírita e vem estudando a doutrina com veemência. Aos poucos vem se encontrando.

— Nunca pensei ouvir isso.

— Eu sei... Mas é o que está acontecendo. Cada um tem o tempo de se achar. No que acreditar. E está tudo bem.

— Isso é.

— Olhe para você, por exemplo. Poderia muito bem seguir sua vida, sem querer consertar a pendência que deixou no passado. Mas não foi isso que fez. Tomou coragem, deixou o orgulho de lado e se arrependeu. E é isso que importa. Todos os dias Deus nos dá oportunidades novas para mudar e evoluir.

— E aos poucos estou aprendendo isso. Mas sou muito grato por essa oportunidade.

— Deus sempre estará ajudando àqueles que querem, realmente, mudar. Evoluir. E tenha fé, Eusébio. Acredito em Deus que você ainda irá se conciliar com sua filha.

— Assim espero, meu amigo.

O ponto final na conversa foi com o sorriso que brotou dos lábios de Laércio para Eusébio. E como num piscar de olhos, ele acorda, olhando fixamente para o teto.