— Até amanhã, dona Sônia!
— Até querida.
Margarida, enfim, terminara mais um dia de expediente. Logo sai da casa de dona Sônia, seguindo para o ponto pegar o bondinho, que inclusive, não tardou a chegar.
Antes que pudesse se acomodar em alguns dos lugares vazios, para sua surpresa, ela se depara com André sentado no fundo.
— Querido! — Exclama ela, indo em sua direção e sentando ao seu lado.
— Se tivéssemos marcado de nos encontrar, não teria dado tão certo.
— Verdade. E como foi seu dia?
— Tudo ótimo, dona Margarida. Graças a Deus. E a senhora?
— Tudo bem também.
— Olívia já deve estar saindo do serviço, não é? — André pergunta, olhando para o relógio em seu pulso.
— É bem provável, querido.
— Por falar nisso, ela trabalha por perto?
— Na Rua Almirante Dantas. Conhece?
— O restaurante fica perto.
— Ela trabalha no edifício Maria Inês.
— Com licença, dona Margarida.
André se levanta. O bondinho para, e enquanto mais alguns passageiros entram, ele desce.
— Para onde vai, menino? — Grita Margarida, enquanto André se afastava cada vez mais.
— Vou voltar. Quero fazer uma surpresa para ela.
André corre, vendo um outro bondinho que ia em direção oposta passar.
Margarida sorri, balançando a cabeça.
André afez lembrar-se da época de sua juventude. Faziam qualquer coisa por aqueles aquem amassem.
***
Teimoso e persistente como era, André conseguira achar o edifício que Margarida mencionara. Ele se localizava a dois quarteirões do seu mais novo restaurante.
Do outro lado da rua, André ficou esperando a mulher mais linda do mundo sair. E não demorou.
Olívia estava usando seu casaco nos ombros, segurando sua bolsa no braço.
Ele ficara um tempo olhando-a de longe, vendo-a seguir até o ponto para esperar o bondinho.
Quando Olívia parara, aguardando o transporte, André seguiu até onde estava.
E de forma sorrateira, cobriu seus olhos, dizendo:
— Surpresa!
No mesmo instante, Olívia abriu um sorriso, virando-se de imediato.
— O que faz aqui?
— Quis lhe fazer uma surpresa.
— Mas como sabia onde eu trabalhava?
— Por incrível que pareça, acabei pegando o mesmo bondinho que sua mãe. Perguntei a ela onde trabalhava e ela me falou. E inclusive, não é tão longe de onde vai ser o restaurante.
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O Poder do Perdão - Pelo Espírito Amélia
SpiritualeOlívia sempre carregou a dor do abandono. Quando era apenas uma criança, seu pai, Eusébio, deixou-a e sua mãe, Margarida, sem explicações. Anos de dificuldades e turbulências moldaram a vida de Olívia, que cresceu com um coração cheio de mágoa e rai...