O cheiro de café despertara Olívia naquela manhã de segunda. Assim que terminara de se arrumar, Olívia desce as escadas, indo em direção a cozinha. A mesa estava posta para o café da manhã, mas parecia que já havia sido remexida.
— Bom dia, mãe.
— Bom dia, querida. — Margarida responde, ao ver Olívia adentrar a cozinha.
— Dormiu bem?
— Como há muito tempo não dormia. E você, querida?
— Eu posso dizer o mesmo.
Percebendo a ausência de André, Olívia pergunta:
— Onde está André?
— Infelizmente não vai nos acompanhar essa manhã. Ele já comeu. Teve que sair mais cedo para resolver alguns assuntos.
— Entendo. Na noite passada ele tinha comentado comigo a respeito.
Ambas seguem para a mesa e começam a se servirem.
Margarida perguntara como havia sido o dia anterior com André e nos mínimos detalhes, sem deixar passar nada, Olívia conta que havia sido maravilhoso.
Vendo que a filha estava sempre esboçando um sorriso no rosto, Margarida percebe o quão ela se encontrava apaixonada.
— E foi isso.
— Espero que vocês saiam mais. Agora não tem mais desculpa. — Margarida solta um riso.
Não sabia se aquele era o momento, porém Olívia queria perguntar à mãe a respeito do livro.
— Ah... é... Então mãe, a respeito do livro que a senhora viu ontem no meu quarto...
— O que tem?
— Eu só espero que não fique nervosa por eu ter pegado.
— E por que eu ficaria, querida?
— Eu não sei. A senhora é uma católica fervorosa, então achei que...
Nesse exato momento, Margarida segura levemente a mão da filha, olhando-a fixamente nos olhos, dizendo:
— Filha, eu nunca vou lhe proibir de seguir seu caminho. Não importa qual seja. Vou lhe dar o apoio necessário. Eu nunca iria te proibir de procurar a melhor forma de expressar sua fé. Até porque, meu amor por você sempre vai continuar o mesmo.
Um nó na garganta de Olívia formou-se, porém não durou por muito tempo, pois ao olhar o relógio na parede, viu que marcava exatos 7:30. Se não corresse, chegaria atrasada ao trabalho.
— A senhora é a melhor. Eu te amo! — Olívia deposita um beijo no rosto de sua mãe, levantando-se da mesa, pegando sua bolsa e indo em direção ao ponto.
— Vá com Deus, querida! — Diz Margarida, enquanto a via sair pela porta.
Olívia por pouco não perdia o bondinho.
Havia chegado há tempo.
Não havia se atrasado tanto, porém ao adentrar o consultório, viu que alguns pacientes se encontravam na espera.
— Bom dia a todos! — Deseja aos presentes, enquanto se acomodava em sua mesa.
Todos a respondem, uns de forma educada, outros rabugento.
Com tudo pronto, ela segue para dentro da sala do dr. Carlos.
Com três toques na porta, Olívia diz:
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O Poder do Perdão - Pelo Espírito Amélia
EspiritualOlívia sempre carregou a dor do abandono. Quando era apenas uma criança, seu pai, Eusébio, deixou-a e sua mãe, Margarida, sem explicações. Anos de dificuldades e turbulências moldaram a vida de Olívia, que cresceu com um coração cheio de mágoa e rai...