Capítulo 31

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Desde que voltara para São Paulo, André não tinha ido ainda a igreja. Era domingo e os fiéis já estavam saindo, depois de uma maravilhosa missa. Provavelmente, encontraria Olívia e dona Margarida no bazar.

Ao longe, no altar, padre Euclides pegava um dos vasos de flores que haviam colocado ao lado da imagem de Nossa Senhora. Ao se virar, seus olhos foram de encontro ao homem que estava parado no corredor que se formava entre os bancos de madeira.

No mesmo instante, padre Euclides larga novamente o vaso em cima do altar e vai em direção ao homem.

— Quanto tempo, André!

— A benção, seu padre.

Sem esperar pelo gesto do vigário, André é surpreendido com um abraço amigável.

Mas não demora em retribuir o gesto. A única coisa que mudava em Euclides era que estava começando a ficar mais calvo.

— Como está mudado. Nem parece aquele menino que vinha na catequese. Sapeca como era.

— Pois é, padre! O tempo passou rápido demais.

— Fico muito feliz de te ver aqui. Margarida havia me dito que você tinha voltado já faz um tempo.

— E faz mesmo, seu padre. Mas precisava resolver algumas coisas antes. E infelizmente só encontrei tempo agora para vir lhe ver.

— Antes tarde do que nunca, meu filho. Venha, vamos até minha sala.

O padre segue novamente ao altar e pega o vaso de flores. André, sem que Euclides pedisse, pegara o outro vaso do lado da santa e segue junto ao padre para a sala.

Padre Euclides deposita o vaso em cima de uma mesinha e André faz o mesmo. Se acomoda em sua cadeira à frente de uma mesa cheia de papéis e livros, fazendo gesto para que o rapaz fizesse o mesmo.

— E como estão as coisas, André?

— Estão indo tudo nos conformes, graças a Deus. Logo, logo o senhor vai ouvir que um restaurante será aberto na cidade.

— E esse restaurante é seu?

— É sim, padre. Um dos motivos pelo qual voltei para o Brasil, foi justamente para abrir meu próprio restaurante.

— Isso é muito bom. Tenho certeza que Deus irá abençoar e você terá uma grande clientela.

— E Ele já está abençoando, seu padre. Eu só tenho que agradecer.

Naquele momento, André acomodara o braço direito em cima da mesa que padre Euclides percebera a aliança em seu dedo anelar.

— Não quero ser evasivo, meu filho, mas quem é a felizarda?

André percebe que o padre olhava para o seu anel. E num sorriso, responde num tom orgulhoso:

— Olívia, seu padre.

— Olívia? A filha de Margarida?

— Essa mesma.

Sem esperar, André se surpreende com o levantar do padre da cadeira. Ele então começa a segui-lo, vendo que estava indo para a sala do bazar. Ao abrir a porta, Margarida e Olívia arrumavam algumas peças de roupas nos cabides, pendurando-as na arara.

— Como a senhora não me informa que Olívia e André estão juntos?

Margarida logo vê André aparecer atrás do padre.

O Poder do Perdão - Pelo Espírito AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora