Desentendimentos

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POV NATHANIEL.

Pressionando minha mão contra minha boca, abafava meu pranto. Era muito informação para processar. me sentia perdido, desorientado.

Minha revolta contra Prya era grande, mas não tinha forças para confronta-la naquele momento. Apenas fui embora.

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Deitado sobre minha cama e as duas mãos sobre meu peito, tentava organizar meus pensamentos. Me sentia confuso, traído e envergonhado. Logo, ouço meu telefone tocar seguidas vezes. E ao esticar o braço e pegar o aparelho vejo mensagens de Prya, Melody e Armin.

Armin: Você foi embora antes das últimas aulas? Está tudo bem?

Melody: Você foi embora?
Melody: Deixou um monte de trabalho para mim no Grêmio hoje.

Prya: Fofinho, cadê você? Está tudo bem?
Prya: Não te vi nas últimas aulas.

Jogo meu telefone para o lado. Como Prya poderia ser tão falsa? Eu me sentia um idiota.
Além de todos os problemas com Prya, sabia que teria outros problemas com meus pais quando eles soubessem que matei aula.

Meus pensamentos estavam a mil quando ouço alguém bater na porta. Suspiro fundo e desço para atender.

X

Ao abrir a porta, sinto meu estômago embrulhar ao ver que se tratava de Prya.

- Fofinho, você tá bem? - ela questiona assim que me vê - Você faltou as últimas aulas. Achei que algo havia acontecido! - a outra se dirige até mim e leva as mãos até meu rosto e o alisa.

Prya sabia perfeitamente como simular preocupação. Sabia muito bem forjar um afeto. Era dolorido pensar que todo aquele zelo e atenção não passava de um teatro. Doía muito, pois Prya sabia fazer com que eu me sentisse acolhido.

Enquanto Prya me acarinhava, eu me mantinha paralisado, sem reação. Não consegui dizer nenhuma sequer palavra, mas meus olhos começaram a marejar.

- O que houve, Nathaniel? - a outra diz ao perceber minha emoção. Prya desce suas mãos até meus ombros e franze a testa a me observar - Você está chorando? O que houve?

- Você não tem vergonha? - digo em voz embargada enquanto seguro uma de suas mãos e a retiro de meu ombro.

- Vergonha? Do que você está falando, fofinho? - a outra diz com o semblante confuso.

- Vergonha de ser tão falsa, Prya! - a primeira lágrima por fim rola em meu rosto - Vergonha de usar as pessoas - mantenho o meu olhar fixo sobre a outra - Você não se envergonha, Prya? - balanço minha cabeça em negação.

- Fofinho, do que você está falando? - a morena diz com a voz mansa. Prya tenta novamente por suas mãos sobre mim, mas me esquivo de seu toque.

- Estou falando sobre você e a Violette - digo em tom mais ríspido e observo sua expressão mudar instantemente. Quase como se a máscara de prya tivesse se desfeito naquele momento.

- O-o que você sabe sobre a Violette? - a outra questiona de olhos arregalados. Era possível ver seu incomodo ao ouvir o nome da de cabelos roxos.

- Eu sei de algumas coisas, Prya... Mas eu quero ouvir de você!

- Eu posso explicar tudo! - ela diz balançando a cabeça em afirmação.

- Você pode tentar... - digo ao abrir a porta de minha casa para que a outra entre.

Prya adentrou minha sala tensa. Desde que a conheci nunca vi a morena daquela forma.
Ela se senta no sofá e suas pernas balançavam de ansiedade. Eu me sento ao seu lado.

Quase Perfeitos (AMOR DOCE NATHANIEL)Onde histórias criam vida. Descubra agora