Capítulo trinta e quatro

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Nina foi para o trabalho devidamente instruída por mim.

- Não  sei como pode ser bom,  me falou .Você  está  feliz Barbel.

- Porque  eu sei que não  vou para a Câmara  de gás  , eu não durmo mais amontoada com os outros , eu me sinto um pouco gente , eu tenho o que comer direito , eu não  congelo, neste frio ,minha cabeça  está  limpa , não tenho piolhos ,  tenho roupas limpas e adequadas ,me sinto aĺiviada.

Nina me olhou e falou:

- Você  tem razão, vou fortalecida com as suas palavras, nada pode ser pior que a morte. Eu preciso ficar viva.

- Nada , aqui é  justo,   Nada . É  cruel demais  , mas temos que sobreviver falei.

Nina levantou- se , serviu- se de um pouco de água e se foi.

Fiquei vendo Nina se afastar torcendo para que ela gostasse  assim como eu tinha  gostado de ser usada.

Mas Nina era diferente e eu tinha as minhas dúvidas.

Procurei descansar , eu não  tinha permissão  de sair toda a hora .

Fiquei pensando no que eu fizera e com quem fizera .

Sim. Eu estava feliz, esperançosa.  Era uma besteira a minha , mas era como eu me sentia .

Eu torcia para que quando fosse amanhã  eu pudesse estar com o comandante e saber sobre ele,  ele não  me parecia ruim de todo.

Mas eu sabia dos meus objetivos ali, sabia que queria salvar a vida das gêmeas, evitar que fossem alvo de experiências, e torturas pelos auxiliares do anjo da morte.

Fiquei algum tempo entretida com meus pensamentos e com um certo par de olhos azuis , que me tomou de calafrios meu corpo.

Não  sabia ainda que sensação  era aquela , se era o certo , mas não podia negar desde que o tinha visto pela primeira vez.

Aquela estranha sensação   ...

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