Capítulo cinquenta e oito

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Karl voltou algumas vezes para me ver , mas não  nos falamos nem nos tocamos como antes .

Eu não  queria mais ter intimidades com ele e fui severamente respeitada a ponto de me arrepender , mas não  voltei atrás na minha decisão  , talvez por minha revolta ter se manifestado durante aquele tempo em que meus companheiros até  esta jornada foram mortos de maneira cruel.

Coloquei  toda a minha força em Karl por ele ser alemão  com a mesma velocidade e intensidade que guardava o meu amor.

Todo o sentimento de amor que tinha por aquele alemão  deu lugar a uma espécie  de rejeição. 

Passei a duvidar que um dia ele pudesse me amar como dizia tantas vezes até  ficar em profundo silêncio.

Eu não  voltei  a andar direito , minha perna mais curta que a outra me desiludia já  pensando no pós  guerra , o que eu iria fazer?
Estava sozinha no mundo mas não  podia me dar o luxo de sonhar com a liberdade.

Era isso. Eu queria muito a liberdade , como tidos ali comigo, mas não  saberia o que fazer se um dia ela chegasse.

Eu estava vivendo o meu inferno depois de tanta luta pela sobrevivência .

A guerra continuava .As duas guerras,  a minha dentro do meu peito e a que estava destroçando meu povo.

Eu odiava os alemães.  Eu os odiava , e abafava o que meu coração  teimava em sentir por Karl.

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