Dias terríveis nos aguardavam .
Eu não sabia mais o que fazer com a minha melancolia . Engolia o choro junto com a refeição ruim .
Um bolo constante de amargura e revolta me rondava o tempo todo.
Eu tinha que tirar forças não sei da onde para sobreviver.
Piorou quando René e Renate numa noite destas bem gélida me chamou a um canto e pediu que juntasse o Dedo indicador ao das duas .
Gesto estranho pensei , mas fiz pois não era do meu perfil entristecer mais o ambiente em que estávamos vivendo.
Obedeci e perguntei :
- Para quê meninas ? O que é ?
- Não tem vela Barbel .
Cantemos assim mesmo bem baixinho para não nos ouvir.
- Certo , respondi e
retruquei , :- É algum sinal? Na atual circunstância tudo era válido para nós comunicar.
As meninas balançaram a cabeça negando e começaram a cantar um parabéns fraco , inaudível.
Eu as acompanhei e ao final as duas assopraram os dedos .
Renate falou primeiro :
- Pelo que me lembro , hoje seria o aniversário de mamãe , se ela estiver viva , quem sabe não sinta que estamos sempre lembrando dela.
Minhas lágrimas rolaram por minha face sem que eu percebesse , assenti com um fechar de olhos e abri novamente; respirei fundo e as chamei para mais perto em um abraço coletivo.
Baixinho disse :
- Parabéns para a mamãe .
Logo em seguida coloquei as duas para dormir cantando novamente parabéns até que o sono chegasse .
Na manhã seguinte , os soderkomandos a levaram .
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AMOR EM TEMPOS DE GUERRA
Roman d'amourCORRIA O ANO DE 1940. MILHARES DE PESSOAS FORAM PERSEGUIDAS, ATACADAS , E MORTAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ENTRE ELES OS ROMA, CIGANOS. APENAS 10% DA POPULAÇÃO QUE VIVIA NO PROTETORADO DA BOÊMIA E MORAVIA SOBREVIVEU AO HORROR DA ERA NAZISTA...