Os guardas que nos arrastaram , eram fortes.
A má sorte de Ida eu não vi , bem como o que se foi dela naquele instante.
A dor que rasgava meu corpo não era maior a que trafegava a minha alma.
Era o inferno.
O inferno finalmente me alcançou.
Minha vagina foi dilacerada , eles me defloraram e me estruparam várias vezes , primeiro um, depois outro e depois outro . Diversas vezes por várias horas , incontáveis e intermináveis horas ,
Eu sangrava muito .Meu grito rouco , meu olhar louco .
De nada adiantava a minha súplica , o meu pavor ; esperneei com meus braços fracos , eu morria aos poucos , eu estava morta , uma viva morta , mas ainda assim meus batimentos cardíacos estavam ali pulsando, batendo mesmo que fracamente.
Fiquei calada quando eles pareceram terminar com o que começaram, degustar minha nudez ensanguentada , destroçada .
A dor piorou quando me levaram para junto de Ida, talvez pior do que o estado em que eu me encontrava.
Eu batia os dentes , enquanto eles riam, trabalhavam e bebiam algo que não soube precisar se era água ou outro líquido alcoólico , não importava mais.
Minha irmã Ida recebeu um tiro na testa e só fiz esperar a minha vez .
A minha má sorte é que eu fui poupada e infelizmente ainda estava viva.
Não sei porque fui poupada.
O que o destino me reservaria?
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AMOR EM TEMPOS DE GUERRA
RomanceCORRIA O ANO DE 1940. MILHARES DE PESSOAS FORAM PERSEGUIDAS, ATACADAS , E MORTAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ENTRE ELES OS ROMA, CIGANOS. APENAS 10% DA POPULAÇÃO QUE VIVIA NO PROTETORADO DA BOÊMIA E MORAVIA SOBREVIVEU AO HORROR DA ERA NAZISTA...