Capítulo quatro

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Continuamos em nossa marcha fúnebre eu e o garoto que por nada largava a minha mão.

A morte nos rondava a todo momento.

Eu sentia que não  viveria por muito tempo .

O menino sem nome não me largava , eu sequer tinha coragem de abrir a boca .

Os guardas berravam : _  Aqui , venham!
A arma o tempo todo apontada para nossas cabeças; eu não  tinha nada nas minhas mãos, nenhum pertence , apenas o menino sem nome , ele era a minha única família agora.

O lugar em que estávamos  era um campo de concentração  e fomos separados dos homens .

Por sorte o menino sem nome foi empurrado junto a mim.

Uma mulher que estava ao meu lado começou  a chorar alto após  ver- se separado de seu companheiro.

Sem dó , foi fuzilada na frente do homem espirrando sangue e manchando o chão  coberto de neve.

O caos total e desesperador , o seu corpo ficou ali enquanto íamos sendo levados ao acampamento cigano.

Todos nós  ciganos estávamos  lá. Um amontoado de pessoas desconhecidas a mim e sem identidade.

Tiramos as roupas por ordens dos soldados e a vergonha de estarmos nus , não  era maior que a vergonha de não  saber o que viria depois.

Todas  nuas , as crianças  também.

Estávamos em lodz , nossa morada e nosso primeiro inferno.

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