Barbel sentiu um gosto amargo na boca , estava sozinha naquele quarto há exatamente uma semana .
Todos os guardas haviam ido embora , nem sinal do soderkomando 62273 ; será que fora morto?
Apesar de ser protegido e ter seus segredos poderia ele ter se metido em situações de perigo .A cabeça de Barbel dava voltas pensando em todos os acontecimentos e nas pessoas que se foram .
Karl tinha avisado que iria demorar para se verem novamente.
Ali tinha comida o suficiente mas ela não achava que o lugar era seguro , este era o motivo da sua inquietação.
Ela não se sentia em segurança e sozinha se sentia frágil embora Karl afirmasse que estaria bem ali .
Então procurou se entreter com os livros que este lhe trouxera e jornais .
...............................................No meio da semana ninguém veio estar com ela ,
Tentou espiar pela fresta de uma porta do quarto , para ver se tinha alguma movimentação do lado de fora , mas tudo era um silêncio inquietador .Barbel não se sentia bem ali.
Banhou-se como de costume no próprio quarto na banheira existente no outro cômodo, o improviso não lhe trazia conforto algum e ela clamava pela presença de Karl.
Comeu algumas batatas cozidas e recostou- se na cadeira em frente à cama com o jornal em mãos.
O cansaço da solidão fez com que esta cochilasse despertando após ter ouvido um barulho na porta .
Abriu os olhos , levantou lentamente mas foi surpreendida com uma mulher já dentro do quarto,
com a arma em punho e ao lado dela estava Batel.- Então é você a vadia que dorme com meu marido?
Barbel zoka olhou de uma mulher para outra sem compreender .
- Quem é você? Barbel conseguiu enfim falar após se recuperar do susto que havia levado.
Um sentimento de medo se alojou em seu peito por conta da arma apontada .
- Quem é você?
Batel estava transfigurada pelo ódio e a desconhecida mantinha o desprezo no semblante enquanto lhe apontava a arma.
- Você não morreu , mas agora vai morrer ouviu de Batel.
Esta cuspia as palavras enquanto a desconhecida não soltava a arma.
- Batel,! disse a mulher, vigie o local e a porta porque quero dizer algumas palavras a esta cigana imunda antes de vê- la destruída na Câmara de gás.
Diante daquelas palavras Barbel sabia que tinha que lutar para sair com vida dali .
Tentou então ganhar tempo e tornou a perguntar :- Quem é você?
- Irena. Mulher de Karl. Você pensou que iria continuar a se encontrar com ele e não ser descoberta ?
Barbel não esperava ouvir o que ouviu .
Karl era casado?
Um gelo de pavor percorreu a sua espinha e sem pensar, numa rapidez chutou a arma da mão da mulher e esta foi ao chão. Não dava tempo e Barbel saiu correndo para fora , enquanto Batel que estava do lado de fora tentava alcança- la em vão.
Irena gritava feito louca :
- Imunda , eu vou te matar!
Barbel mesmo mancando corria sem parar rumo à mata tentando escapar.Um tiro surdo se ouviu ao longe fazendo com que Barbel corresse mas tropeçou e caiu em um buraco.
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AMOR EM TEMPOS DE GUERRA
RomanceCORRIA O ANO DE 1940. MILHARES DE PESSOAS FORAM PERSEGUIDAS, ATACADAS , E MORTAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ENTRE ELES OS ROMA, CIGANOS. APENAS 10% DA POPULAÇÃO QUE VIVIA NO PROTETORADO DA BOÊMIA E MORAVIA SOBREVIVEU AO HORROR DA ERA NAZISTA...