Capítulo quarenta e um

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Eu estava com uma carga emocional excessiva , tudo me deixava sensível , eu chorava muito, mas sem que ninguém percebesse.

Por incrível que pudesse parecer eu tinha saudades de Karl.

Como ele pode  fazer isto comigo? Ele me enganou direitinho , mas apesar da mágoa  eu sinto falta de suas risadas , de seus lábios  deslizando entre os meus, de nossas conversas , das suas confissões, de seus planos quando a guerra acabasse.

Era isto que mais me incomodava, ser traída duas vezes ; quando nos levaram de nossas casas e quando eu pensei que com ele seria diferente, que poderia viver um amor, pelo menos viver naturalmente  um amor
Com um oficial alemão.

Barbel Zoka , onde você  estava com a cabeça?

Tudo era impossível naquele lugar, eu era uma sinti , pessoas estavam morrendo a  minha gente . Eu deveria cultivar o ódio , mas Karl me enfraquecia e eu tinha por ele desejos e amor.

Ele me mandou espancar , eu agora estou  andando de muletas até  ficar boa.

Eu não  podia querer um homem deste, um monstro , se eu puder nunca mais quero estar a seu serviço.

Eu não podia ama- lo, o que eu poderia fazer  agora era focar na minha restauração  e fugir .

Ouvi uma das moças  dizer que várias senhoras  idosas , não  conseguiram sobreviver em função  do inverno, elas haviam congelado  e caíram mortas .

Quando os mais velhos não  eram mortos pelos guardas da SS , a própria  vida as matavam .

Quanto a mim , só  me tratava aguardar ...

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