Capítulo dezesseis

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Os que tentaram correr  em fuga  foram brutalmente assassinados por rajadas de metralhadoras nazistas.

Um fim horripilante mas que talvez fosse o melhor para suas almas.

- BARBEL ZOKA ! , ouvi meu nome ao longe e gritos de desespero a minha volta.

- CORRAM! Gritei , enquanto  todos do alojamento vizinhos também  corriam, tanto os que participavam das aulas como os que se declaravam inocentes por não se fazerem presentes.

Uma chuva de gritarias. Os velhos eram os primeiros a serem fuzilados, dada a debilidade física  em que se encontravam. Vi os soldados nazistas matando um a um meus companheiros de ensino.

Eram eles que me gritavam , que urravam meu nome.

Eu tentava socorrê- los  em vão, estava sendo empurrada rumo ao massacre também.

MEU olhar rápido  tentava capturar Renne e Renate que ao longe estava em poder dos  sonderkomando e vi Frank com eles , tentando esganar com as mãos  Renate que se debatia e gritava meu nome :

- ZOKA, ZOKA, socorro!  era assim que ela me chamava.

De repente, era como se ouvissem todos me chamando, mas só tive tempo para os gêmeos .

Vislumbrei os seus rostinhos  assustados .

Rene estava nas garras de outro sonderkomando brutalmente sendo espancado.
Era o horror!

Sobrepujei todos os perigos eminentes e partir para cima deles querendo alcançar  as minhas crianças.

Estava no meio de um aglomerado de vivos e mortos.

- ESTOU INDO, era a minha forma de me fazer  ser ouvida entre tanto desespero.


Era a única palavra que
conseguia balbuciar.

Aquele não era um momento para palavras , era um momento para ação.

Tive que agir rápido  e assim o fiz. O instinto de sobrevivência  falou mais alto ao meu coração.

Um dos soldados nazistas caiu ao chão  numa espécie  de desequilíbrio, o que me favoreceu , pois sua arma ficou em meu campo de visão.

Sem pensar duas vezes e em fração  de segundos a peguei e corri em direção  das crianças .

Sequer sabia como manusear algo tão  grande  e pesado, mas não  havia tempo então  mirei e atirei com todas as minhas forças  reunidas .
Matei um .

Pelos meus irmãos que
estavam morrendo .

Atirei uma, duas, três vezes até que só  sobrou Frank .

Nossos olhares ardentes de pavor um do outro, lutando pela vida nos engoliram.

Frank paralisou me olhando com a arma em punho, enquanto René correu e me enlaçou pela cintura e Renate veio solta por Frank que me apontou para o vagão que estava a poucos metros de distância.
Uma trégua  .Ele se rendeu .

Entendi o seu sinal e fui com minhas crianças em correria.

Mesmo  me vendo com a arma em mãos, Frank estava me dando cobertura; entrei no vagão com René  e Renate e vi muitos dos meus ali encurralados .

Um amontoado deles , quase grudados, alguns estavam sem roupa alguma.

Meu Deus! Pensei!

Não havia mais o que fazer.

Nós tínhamos que ir e não  sabíamos para qual destino.

Havia tiros por todos os lados menos no vagão de gado onde estávamos.

O fuzilamento fora em massa.

Meus companheiros Moribundos mortos por nada . Porque queríamos estudar , tentando renascer uma esperança  que se fazia  aniquilada.

Chorei abundantemente enquanto tremia abraçada  às  crianças  que escondiam o rosto por minha roupa suja e minha arma roubada entre a minha cintura esquálida.

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