Capitulo quarenta e quatro

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Eu ainda estava de muleta e já  tinha se passado um mês  desde o ocorrido.

Nunca mais fui a ala 24 , fiquei reclusa , tinha medo de me mandarem para o crematório  ou me executarem de alguma das maneiras tenebrosas utilizadas por eles, mas um sonderkomando de minha confiança  havia- me dito que o comandante havia viajado antes de me espancarem e que tudo tinha sido planejado por Batel que me odiava. Me disse ainda que duvidava que o comandante soubesse do ocorrido e que eu aguardasse a minha sorte.

Nada estava perdido  ainda era o que ele me disse.

- É  difícil de acreditar , embora tudo pode ocorrer neste inferno, mas não  vou criar esperança  de nada , já  estou  grata por me manterem viva.

- Batel é  horrenda, sei de casos que ela fez com amigas minhas .Ela tem obsessão por Hitler. Ela odeia os judeus .

- E ela me odeia, falei. Odeia a todos.

- Tem muita coisa que eu não entendo , mas quando estiver bem eu quero voltar a ter aquela conversa com você.  Quero me tornar uma das suas.

- Eu ainda acho que deve aguardar um pouco . O Frauher simpatizou  com você, você não era para estar vivendo nessa regalia e aqui está. Aguarde.

- Não posso ficar parada vendo todos morrerem . Esta impotência  me degenera.

O Soderkomando 62273, tinha seis meses para planejar a sua fuga , era mais ou menos o tempo que achava que poderia ser executado pelos alemães.  Era um plano de fuga perigosíssimo e secreto, eu sabia da sua ligação a um grupo de resistência ao nazista e que quem estava ligado  a ele  poderia se refugiar no bosque ou nas montanhas. Eu já  havia pensado  nisto quando estava em Lódz, mas não  sabia como me infiltrar , o que agora tenho a oportunidade , pois o soderkomando 62273 num desabafo e revolta havia me falado.

Eu era a sua meia confidente.

E queria muito me libertar , abraçar o que me consumia.

Só  tinha que ficar boa e convencê- lo a me deixar fazer parte. A maioria era composta por homens.

E todos com sede de vingança.  

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