Capítulo trinta e cinco

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Enquanto eu permanecia no meu estado de conforto  sentimental e físico, superando meus estupros , impedindo a minha mente de recorda- Los, meus irmãos de confinamento estavam desteuindo- se é se destruindo por  qualquer  coisa.

Tomei um susto ao sair e presenciar mais uma das tantas atrocidades que existia em Auschwitz.

Mulheres como eu estavam correndo nuas pelo pátio  em que rugia a Câmara  de gás.
Eram  prisioneiras como eu , mas que não  tiveram a minha sorte. Elas estavam com tifo , segundo informação  de um dos soldados soderkomando  ; ele me disse quando perguntei:

- Algumas delas não  tínhamos  certeza se tinham contraído  a peste , mas eu fui  um dos que cortaram os seus cabelos antes e estou com medo de ter contraído também  , mas vou morrer de qualquer jeito.

- Barbel você  tem  sorte ele murmurou.

A minha sorte é  uma dor , me doi ver tanto horror respondi com uma lágrima grossa escorrendo por minhas bochechas indo ao encontro do canto de meus lábios  .

Ele continuou falando, :

- se você  soubesse quantos cabelos eu corto a cada par de horas suas lágrimas  não  cairiam tanto , porque  não  haveria para cair e enxugar.

Meu coração tinha ficado oprimido , minha cabeça  começou  a latejar e me envolvi numa áurea  de culpa que eu não  tinha , mas que estava ali dentro de mim.

Aos poucos deixei de ter a raiva inicial por estas criaturas denominadas de soderkomandos, porque eles lutavam pelo pouco de vida que tinham .

Viver  era considerado um luxo no campo de concentração   de Auschwitz  ,; eu não sabia precisar o tamanho da dor de nenhum deles, eu não  deveria julga- Los, eles  Talvez fossem mais infelizes porque eram forçados a exercerem  uma atividade contra a sua vontade.

Orei para as almas que se foram , e orei por aquele soldado, pois não havia punição maior do que o que eles eram obrigados  a fazer.
Eles  viviam em constante estado de choque , fabricando esperança  e se salvando da morte.

Aprendi a respeita- Los quando vivenciei de perto as suas rotinas.

Todos  nós  gritavamos em silêncio. 

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