Capítulo dezoito

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A qualquer momento podiamos ser mortos.

O vagão  seguia ,  eu ainda tinha a arma e tinha que dar um jeito de me desfazer dela caso ficasse viva , mas meus planos deram errado porque um dos homens presos começou a gritar desesperado dizendo:

- Prefiro morrer logo . Socorro!

Ele gritava como se tivesse perdido totalmente o juízo .

- Quero morrer , quero morrer . Me ajudem!

Ele estava perto de mim , bem próximo e foi quando eu quis tira- lo de seu estado de terror e lhe dei a pistola  que eu escondia entre as minhas pernas , ela estava úmida  de urina , mas eu a dei a ele.

O homem me olhou e olhou a arma em que lhe estendia como se fosse um presente este,  gritando entendeu que eu podia salva-lo .

Ele pegou a arma enquanto todos tapavam os ouvidos ; eu tapava os meus e os de Rene e Renate .

O tiro veio , a bala foi na cabeça  e seu corpo tombou ao chão caindo antes por cima de nós. 

O vagão  parou.

O vagão foi aberto e foi uma confusão para saber como um homem tinha uma arma.

Fomos aos berros
interrogados num grito geral dos guardas da SS , os cachorros latiam mais do que o normal.

Ninguém  sabia de nada.

Ninguém falou nada.

Neste dia eu fui responsável  por mais mortes , por que houve uma chuva de fuzilamentos .

Corpos jogados ao vento, arma apreendida. Castigo dado e viagem retomada.

Agi por instinto , não  tinha como me arrepender no momento. Eu salvei uma vida que clamava para morrer , mas que levou outras dezenas com elas.

Eu também  era uma assassina.

O odor de sangue fresco exalava pelas minhas narinas.

O que era certo ali?

Até  onde íamos para sobreviver , até  onde eu iria?

Eu estava me desconhecendo , mas estava me entendendo, me aceitando.

Esta era a nova BARBEL Zoka.

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Onde histórias criam vida. Descubra agora