A qualquer momento podiamos ser mortos.
O vagão seguia , eu ainda tinha a arma e tinha que dar um jeito de me desfazer dela caso ficasse viva , mas meus planos deram errado porque um dos homens presos começou a gritar desesperado dizendo:
- Prefiro morrer logo . Socorro!
Ele gritava como se tivesse perdido totalmente o juízo .
- Quero morrer , quero morrer . Me ajudem!
Ele estava perto de mim , bem próximo e foi quando eu quis tira- lo de seu estado de terror e lhe dei a pistola que eu escondia entre as minhas pernas , ela estava úmida de urina , mas eu a dei a ele.
O homem me olhou e olhou a arma em que lhe estendia como se fosse um presente este, gritando entendeu que eu podia salva-lo .
Ele pegou a arma enquanto todos tapavam os ouvidos ; eu tapava os meus e os de Rene e Renate .
O tiro veio , a bala foi na cabeça e seu corpo tombou ao chão caindo antes por cima de nós.
O vagão parou.
O vagão foi aberto e foi uma confusão para saber como um homem tinha uma arma.
Fomos aos berros
interrogados num grito geral dos guardas da SS , os cachorros latiam mais do que o normal.Ninguém sabia de nada.
Ninguém falou nada.
Neste dia eu fui responsável por mais mortes , por que houve uma chuva de fuzilamentos .
Corpos jogados ao vento, arma apreendida. Castigo dado e viagem retomada.
Agi por instinto , não tinha como me arrepender no momento. Eu salvei uma vida que clamava para morrer , mas que levou outras dezenas com elas.
Eu também era uma assassina.
O odor de sangue fresco exalava pelas minhas narinas.
O que era certo ali?
Até onde íamos para sobreviver , até onde eu iria?
Eu estava me desconhecendo , mas estava me entendendo, me aceitando.
Esta era a nova BARBEL Zoka.
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AMOR EM TEMPOS DE GUERRA
RomansaCORRIA O ANO DE 1940. MILHARES DE PESSOAS FORAM PERSEGUIDAS, ATACADAS , E MORTAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ENTRE ELES OS ROMA, CIGANOS. APENAS 10% DA POPULAÇÃO QUE VIVIA NO PROTETORADO DA BOÊMIA E MORAVIA SOBREVIVEU AO HORROR DA ERA NAZISTA...