Capítulo trinta e sete

32 6 0
                                    

Esperei por horas em uma cama que parecia um gelo e o Frauher  não tinha aparecido, ele não veio e
Confesso que minha frustração  era mais porque queria vê- lo , depois veio o receio forte de que o acordo tivesse sido rompido .

Um homem de  grande importância  nunca poderia se deitar  com uma senti.

Ele se deitou e era considerado um crime para os nazistas , eu acreditava que ninguém  delataria um comandante , um Frauher.

Uma hora depois Batel me fez sair do quarto numa atitude bem arrogante como só  o povo dela sabia ser. 

- Saia! seu horário  acabou.

Eu me ajeitei para sair , mas antes tinha que perguntar a ela e assim o fiz:

-  Eu fiz alguma coisa inapropriada  ? Gaguejei ao falar engolindo a minha saliva seca.

Batel me fitou com repugnância  ao passo que eu esperava ela me dizer qualquer coisa. Qualquer coisa servia para me tirar do desconforto que estava o meu peito , ele subia e descia em um compasso acelerado.

- Você  só  tem que fazer o seu trabalho .  Agora vá.

Ao sair me foi entregue por ela  mais uma fotografia das gêmeas  sentadas  numa cadeira e pareciam bem para o meu alívio.

Então  era assim que funcionava , era a forma que eles tinham de me dizer  que o trato estava sendo cumprido; mas e a minha parte? Estaria eu de acordo com o que eles , no caso o comandante  Frauher  queria?

Por que  ele não apareceu?

Será  que estava vivo?

Doente?

Eu tinha tantas perguntas e nenhuma resposta .

E não  podia perguntar .

Meio triste fui para o alojamento e passei o dia lendo  um velho jornal  que  não dizia nada com nada  pelo menos do que eu queria saber.

Eu gozava de uma regalia para sair , mas algo me prendia no meu alojamento .

Eu não  estava bem para ir a lugar algum e fiquei no meu canto.
Foi quando uma das moças  havia chegado do lado de fora com alguns pertences que havia obtido e com uma terrível notícia.

- Mataram dois artistas do teatro . A peça  que estrearia será  adiada.

- Mas porque? O que eles fizeram ?

- Ora , e precisa ser feito algo para nos matarem?

- Não. E era verdade.

- Eles tinham um romance , foi descoberto pelos guardas da SS e foram levados para a sala de experiências  e pelo que soube tiveram seus dedos esmagados , suas partes íntimas foram dissecadas , eles não  resistiram e se foram rumo ao crematório.

Vi quando um dos guardas estava levando os corpos .

- Como soube disto?

Perguntei aflita.

A moça  disse :

- Tenho contato com um prisioneiro que auxilia a sala e me contou . Não  posso nada mais falar; me comprometeria muito . 

Os olhos esbugalhados de medo  dela fez companhia aos meus e ficamos ali olhando para o nada .

Eu sabia da perseguição  aos homens e mulheres que gostavam do mesmo sexo , mas até  você  não saber era tudo muito diferente.

Era até  um equívoco.

Fiquei apreensiva porque não sabia até  que ponto René  e Renate estariam a salvo .

Tudo era muito  incerto.

AMOR EM TEMPOS DE GUERRA Onde histórias criam vida. Descubra agora